Importância do contrato terapêutico para uma boa relação com o paciente

Equipe Eurekka
Ao longo da carreira de terapeuta, é comum sentir dificuldade em manter os pacientes assíduos e engajados com o tratamento. Por isso, uma das ferramentas essenciais para evitar esse problema e garantir o sucesso na psicoterapia é o contrato terapêutico.
Neste texto, vamos abordar tudo o que você, psicólogo, precisa saber sobre o contrato terapêutico, desde a importância do documento até a sua elaboração, passo a passo.
Então, continue lendo para aprender tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Assim, você garante pacientes mais engajados, menos atrasos e faltas nas sessões e evita pagamentos atrasados.
Índice
O que é contrato terapêutico
É um documento formal (por isso, recomenda-se que ele seja escrito e assinado, e não apenas combinado de forma verbal), que garante as condições para a realização do serviço terapêutico.
O psicólogo deve fazer o contrato terapêutico em conjunto com o paciente, para que juntos possam chegar em um acordo de quais os direitos e deveres de cada parte.
O contrato terapêutico é obrigatório?
Não, o contrato terapêutico não é obrigatório. Mas ele é bem recomendado para estabelecer os direitos e deveres das partes, regular como o tratamento deve ser feito e evitar divergências, sendo também uma forma de fortalecer e estabelecer o vínculo com o paciente.
Quando fazer o contrato terapêutico
O ideal é que ele seja feito com cada um dos pacientes que você tiver. Contudo, fazer isso logo na primeira sessão pode intimidar um pouco o paciente.
Então, após algumas consultas, proponha ao seu paciente para elaborarem o contrato terapêutico juntos. E não deixe de explicar para ele por que esse documento é importante para ambos.
Mas vale lembrar que, mesmo sendo uma série de combinados que precisam ser seguidos, o contrato terapêutico não é um documento vitalício. Por isso, ele pode ser revisto e reformulado sempre que for preciso.
O que deve ter no contrato terapêutico
Separamos aqui alguns itens que são essenciais no contrato terapêutico. Assim, você pode inserir todos de acordo com a sua realidade e a de seus pacientes.
Sobre o serviço
Antes de mais nada, é crucial esclarecer qual o serviço será realizado pelo psicólogo para o paciente. Por isso, descreva o motivo do tratamento: se são sessões de psicoterapia, alguma avaliação psicológica ou perícia.
Aqui também se pode estabelecer com qual método ou abordagem será feito o tratamento. E, além disso, também é bom definir o regime do acompanhamento, ou seja, de quanto em quanto tempo haverá consulta.
Caso seja necessário colocar um tempo de vigência em seu contrato terapêutico, deixe claro que esse é só o tempo que aquele documento está válido, mas que o tratamento pode se estender por mais ou menos tempo, sendo preciso fazer os devidos ajustes quando isso ocorrer.
Como e quando será o atendimento
Outro ponto essencial é firmar questões sobre o formato do tratamento. Então, defina a frequência em que as sessões irão ocorrer, qual o tempo de cada uma, quantos minutos de atraso são tolerados de ambas as partes, em que dia e horário serão e se as sessões ocorrerão de forma online ou presencial.
No caso de sessões online, você pode estabelecer qual a plataforma será usada e como o paciente receberá o acesso, além de alguns combinados caso haja problemas de conexão. Já nas sessões presenciais, esclareça o local exato onde elas ocorrem.
Também é bom já definir no contrato terapêutico quando serão as férias do psicólogo e/ou do paciente, e o que será combinado nesse período (se as sessões terão alguma pausa, se atendimentos de emergência são permitidos ou não, entre outros).
Honorários
A questão financeira é um ponto vital, tanto para o paciente quanto para o terapeuta, por isso, esclarecer todos os detalhes com relação aos custos do serviço é essencial.
Então, defina junto com ele qual será o valor de cada sessão, o que acontecerá em casos de atrasos, reagendamentos, faltas, entre outros. Além de fixar os valores e combinados para essas questões, defina com ele também qual a data e a forma de pagamento.
Vale lembrar que se deve levar em conta não apenas o aspecto financeiro, mas também a ética profissional. O psicólogo deve firmar um valor justo e compatível com sua formação e experiência, mas também deve considerar a capacidade financeira do paciente e evitar práticas abusivas.
Isso tem sido um desafio muito grande para você, terapeuta? Sabia que é muito comum terapeutas como você sentir insegurança nisso? Mas apesar de ser comum, não é normal. Então, se você quer mudar essa realidade de uma vez por todas, clique na imagem abaixo e se inscreva na super-aula gratuita:
O que o CEPP diz sobre os honorários
De acordo com o Artigo 4° do Código de Ética Profissional do Psicólogo há algumas indicações para o psicólogo fixar regras na remuneração de seu trabalho, que são:
a) Levar em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as condições do usuário ou beneficiário;
b) Estipular o valor de acordo com as características da atividade e o comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser realizado;
c) Assegurar a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor acordado.
Portanto, todos esses itens devem ser descritos em um contrato terapêutico.
Sobre o sigilo profissional
O Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP) já define que é dever do psicólogo manter o sigilo profissional. Contudo, isso também pode ser reafirmado no contrato terapêutico.
Para isso, descreva no contrato terapêutico o que é o sigilo profissional e como o paciente pode agir caso ocorra a quebra desse sigilo.
Saiba tudo sobre sigilo profissional aqui
Quebra do contrato terapêutico
É claro que o tratamento não é vitalício e obrigatório, portanto, se o paciente, ou até mesmo o psicólogo, optar por interromper o atendimento, isso deve ser feito sem maiores problemas.
O objetivo dessa parte no contrato terapêutico não é prender o paciente ao terapeuta, mas sim, garantir que, caso o tratamento precise ser suspenso, as partes fiquem cientes e não sofram nenhum prejuízo.
Como fazer um contrato terapêutico: resumo
Para finalizar esse texto, colocamos aqui uma lista para que você use de checklist na hora de montar seu contrato terapêutico. Lembre-se sempre de adaptar a escrita para a realidade do seu trabalho e de cada paciente.
- Dados do psicólogo e do paciente;
- Qual será o serviço realizado;
- Qual abordagem será usada;
- Tempo estimado para o início e término do tratamento;
- Sessões online ou presencial e as considerações em cada modo;
- Frequência das sessões por período;
- Tempo de cada sessão;
- Considerações sobre atrasos e faltas;
- Valor do investimento no serviço prestado;
- Quais as formas de pagamento;
- Quando o pagamento deve ser feito;
- Sigilo profissional;
- Consequências da quebra de contrato.
Outras questões que o contrato terapêutico não resolve
O contrato terapêutico pode ajudar o psicólogo a ter uma maior precisão e clareza sobre o seu trabalho e seus atendimentos. Mas sabemos que só isso não é capaz de garantir o sucesso do profissional em sua carreira.
Agora, vamos imaginar uma dessas situações:
- Você está lá falando com o paciente, e agora não sabe mais o que perguntar para ele para continuar a sessão, que ainda tem 15 minutos para acabar.
- Você tenta conversar com o paciente e criar um vínculo com ele, mas ele mostra que não está sendo sincero na conversa durante as sessões e aparenta não confiar em você e no seu trabalho.
- O paciente te procurou pois sabe que precisa de ajuda, mas ele ainda está resistente com o tratamento e não consegue mostrar evoluções concretas. Por isso, ele começa a faltar cada vez mais.
Se identificou com algumas das situações? Saiba que elas são comuns entre os psicólogos, mas infelizmente podem travar sua carreira. Então, que tal aprender técnicas de ouro para resolver esses problemas recorrentes?
A ótima notícia é que a Eurekka vai ensinar essas técnicas de graça no desafio “Terapeuta confiante”, que vai ocorrer no dia 6 de junho, às 20h. E para ter acesso a essa super-aula inédita, basta clicar aqui e se inscrever.
E não deixe de seguir nossas redes sociais com conteúdos exclusivos para terapeutas:
Was this helpful?

Deixe um comentário