Comportamento supersticioso para a Psicologia: como surge?
Equipe Eurekka
Em eventos como a Copa do Mundo, a passagem do Ano Novo, provas finais do ano letivo e em muitos outros momentos, muita gente busca algum tipo de comportamento supersticioso para dar uma forcinha e atrair sorte.
Alguns torcedores assistem aos jogos no mesmo lugar, alguns estudantes carregam um amuleto na mochila no dia das provas finais e outros supersticiosos não deixam de pular as 7 ondas na virada do ano. Tudo isso pra espantar o azar! Mas você sabe como a psicologia explica o comportamento supersticioso?
Podemos definir comportamento supersticioso como todas as nossas ações e pensamentos que, mesmo sem explicação lógica causal, cremos estarem ligados à sorte ou ao azar. São crenças e atitudes baseadas em nossa história pessoal e cultural que influenciam nossa forma de ser e agir.
Então, no texto de hoje, você vai descobrir como a psicologia enxerga nossa relação com essas superstições, como e por quê elas se formam, e se elas nos fazem bem ou mal, além de entender melhor esses comportamentos. Vem com a gente explorar esse lado mais místico das nossas mentes!
Índice
O que é comportamento supersticioso para a psicologia
“Quebrar um espelho dá 7 anos de azar”; “Compartilhe essa foto para ter dinheiro”; “Não abra guarda-chuva em lugar fechado, dá má sorte”. Parando pra pensar, não parece ter uma relação entre esses eventos e as consequências de “sorte”. Então, por que ainda são ideias tão famosas?
Para responder a isso, podemos pensar na evolução humana. A seleção natural nem sempre foca em nos fazer uma espécie racional ou reflexiva: é preciso sobreviver. Assim, desenvolvemos um cérebro que é expert em achar padrões e conexões, e que aprende rápido, mas nem sempre certo.
Então, temos uma mente atenta ao seu ambiente, e que age mais de acordo com as associações rápidas que faz do que com investigações e raciocínios. E se essas lógicas nos ajudam a sobreviver e nos guiar em nosso ambiente, elas vão sendo disseminadas e se tornam quase fatos.
Mas claro, isso é a semente de algo que acaba se expandindo para todas as áreas da vida. Daí surgem as superstições: associações entre coisas que, de tanto serem relacionadas, nos fazem agir como se estivessem conectadas. Por quê? Nem sempre sabemos, mas é melhor não arriscar.
O comportamento supersticioso para a Análise do Comportamento
Claro que não podemos deixar de lado a Análise do Comportamento. Afinal, essa é uma abordagem que se debruça não só na emissão de comportamentos, mas também na forma como aprendemos e nos relacionamos com o mundo, através da experiência própria ou não.
Para essa linha teórica, o papel dos padrões é essencial para qualquer assimilação. Nossas atitudes e formas de viver, além de nossos valores, pensamentos e opiniões, são pautados pela maneira como enxergamos os mecanismos do mundo. E para isso, contamos com a previsibilidade.
Quer um exemplo mais clássico do que o ratinho que pressiona a barra para ter comida? Nossa mente funciona da mesma forma. Essa detecção de padrões nos orienta, e media nossas atitudes. Para isso, há o papel da cultura, que nos dá muito do básico em forma de regras e conexões.
Desse modo, a cultura nos oferece lógicas que assimilamos, mesmo sem a experiência própria. E nisso, acabamos aderindo a várias ideias pela própria transmissão cultural: as superstições são um caso bem claro disso. Afinal, quem olharia para uma ferradura e pensaria: isso dá sorte?
O que são relações acidentais no comportamento supersticioso
Mas só o cultural não seria o bastante para isso tudo. Então, vamos olhar para um dos conceitos mais famosos da análise do comportamento: a tríplice contingência, o ABC. Ela explica que de acordo com o contexto e com a história (A), emitimos um comportamento (B), que tem repercussões (C).
Porém, esses ABCs não precisam ser consequência lógica uns dos outros; eles só precisam ser internalizados como algo que faz sentido. O ratinho não precisa entender por que, ao pressionar a barra, ganha comida; ele só precisa saber que isso acontece. E para nossa mente, é a mesma lógica.
Desse modo, fazemos conexões entre nossos contextos, atitudes e o que acontece depois, como se fossem eventos ligados. Mas a única “prova” disso é a cronologia dos fatos; e esse é o mecanismo para a maioria das crenças, inclusive supersticiosas. Chamamos isso de relações acidentais.
Assim, ficamos mais sensíveis e predispostos. Uma pessoa que passa debaixo da escada sem querer vai ficar mais atento quando algo der errado, e justificar um com o outro. Se nunca soubesse dessa superstição, talvez nem percebesse esse suposto azar, muito menos faria essa associação.
O comportamento supersticioso pode atrapalhar o seu dia a dia
É quase impossível achar alguém que não tenha uma superstição. Seja algo parte do seu dia a dia, seja em alguns cenários específicos como ter uma camisa da sorte para ver o jogo de futebol. Porém, mesmo essas crenças sendo algo comum, ser muito supersticioso pode trazer prejuízos.
Um dos motivos disso é que o comportamento supersticioso às vezes controla muito a vida da pessoa. Imagine alguém que tenha que desviar do seu caminho para não passar por um gato preto? Ou que se recuse a ficar no 13º andar? Com certeza, causaria confusão para si e para os outros.
Porém, o maior risco de acreditar muito em superstições é o viés negativo que a pessoa passa a ter quando passa por uma situação que supostamente traz azar. Assim, isso acaba diminuindo a alegria, mudando o humor da pessoa e gerando pessimismo e frustração.
Então, a pessoa passa a ter sua percepção controlada por eventos de fora, estes sem relação de causa e efeito. Isso já não é tão bom quando o viés tende ao otimismo, pela perda de autonomia e domínio pessoal, mas é ainda pior quando cria negatividade. Logo, melhor ser moderado né?
E as superstições de ano novo?
Não existe ano novo sem superstição; a própria ideia de usar uma cor de roupa para atrair algo para o ano seguinte já é um exemplo disso. Além disso, há também as ações como comer uvas, usar roupa íntima nova, carregar uma mala vazia… você deve conseguir pensar em vários casos.
Podemos rastrear essas superstições e encontrar suas bases em diversas tradições religiosas, como o candomblé e a umbanda. Porém, pessoas das mais diversas crenças costumam dar uma chance a essas atitudes; muitas delas nem sabem qual a base do seu comportamento supersticioso.
Independente da espiritualidade individual, quase todo mundo pensa no ano novo como um momento de recomeçar. E se a pessoa quer começar essa nova etapa buscando uma ajuda da sorte para conseguir suas metas, que mal tem isso? Aliás, pode até ajudar a manter o indivíduo motivado.
Assim, podemos pensar nas superstições de ano novo como bons vieses, que nos dão esperança e até apoiam mudanças que a pessoa deseja. Mas claro, não dá para esperar que a superstição faça tudo, né? Use essa boa disposição vinda desse reinício para investir num ano que valha a pena.
Saiba mais: O significado das cores de ano novo para a Psicologia.
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Vimos no texto de hoje um pouco mais sobre o comportamento supersticioso. Para isso, entendemos a origem evolutiva e cultural desses comportamentos, e como nosso cérebro busca crenças e padrões. Desse modo, entendemos como as superstições se fixam em nosso cérebro.
Além disso, também trouxemos vários exemplos de superstição e como elas surgem tanto no dia a dia como em ocasiões especiais ( Copa do Mundo, Ano novo, provas finais). Assim, deu para ver como esse assunto desperta questões, além de ser interessante, não é mesmo?
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One reply on “Comportamento supersticioso para a Psicologia: como surge? ”
Faço faculdade de psicologia, e até professoras com doutorado, acredita em astrologia. Tenho vontade de chorar kkk, com elas.