Como trabalhar o autoconhecimento do paciente: 5 dicas 

Equipe Eurekka

Muitos pacientes que chegam na terapia não sabem bem o que há de errado com eles, “eu não sei explicar, é só como se fosse uma tristeza muito grande”. Frases como essa são bem comuns e, por mais que seja mais fácil para o psicólogo identificar padrões de comportamento, é necessário saber como trabalhar o autoconhecimento do paciente, a fim de que ele também perceba o que precisa ser mudado e como fazer isso. 

É muito importante lembrarmos que o objetivo da psicoterapia não é dizer ao paciente o que ele deve ou não fazer, mas sim ajudá-lo para que ele mesmo comece a perceber as causas do sofrimento emocional e quais atitudes ele pode tomar para mudar isso. 

E, para auxiliar você nessa intervenção, nós criamos esse guia prático sobre o assunto. Por aqui, você vai encontrar informações preciosas sobre a importância da autopercepção do paciente e 5 dicas para que você o ajude a desenvolver essa habilidade.

Boa leitura!

A importância do autoconhecimento no processo terapêutico

Todo ser humano, a partir das experiências e influências, adquire crenças e padrões de comportamentos que moldam a forma como ele vê e reage ao mundo.

O problema é que existem alguns pensamentos disfuncionais tão enraizados, que acabam sendo tomados como normais e inerentes. Assim, a pessoa não percebe a raiz do problema e nem as consequências dele, de forma que vive uma vida toda sem entender o que há de errado.

E o papel do autoconhecimento na terapia é justamente o de analisar e trazer à tona essas crenças e modos de agir disfuncionais, de forma que o paciente perceba e desenvolva um repertório para lidar com o problema. Melhorando, assim, a qualidade de vida. 

O autoconhecimento na Terapia Cognitivo Comportamental

A Terapia Cognitivo Comportamental é uma abordagem da psicologia que entende que os pensamentos e o modo de agir estão interligados. Por isso, ela tem como objetivo trabalhar com o paciente de forma prática, modificando pensamentos e comportamentos disfuncionais.

E para que haja essa mudança de pensamentos e atitudes, o terapeuta especialista em TCC irá usar técnicas que ajudem o paciente a perceber o que é tóxico para ele, quais as razões disso acontecer e como mudar a partir de ações no dia a dia. 

Ou seja, o autoconhecimento é uma habilidade primordial para que o paciente consiga visualizar o que está errado e crie estratégias para mudar isso. 

Como trabalhar o autoconhecimento do paciente na psicoterapia?

Aqui na Eurekka, nossos psicólogos são especialistas nas Terapias Comportamentais Contextuais, que são consideradas a inovação mais recente no desenvolvimento da Terapia Cognitivo-Comportamental.

E, abaixo, vamos mostrar 5 métodos que são muito usados nessa abordagem para ajudar a trabalhar o autoconhecimento do paciente.

Confira!

1. Definição da crença limitante

A crença limitante é um pensamento disfuncional enraizado no paciente que o faz ter atitudes tóxicas para consigo e para com os outros.

Por exemplo, uma pessoa pode ter uma crença limitante de solidão. Assim, ela apresenta um medo exagerado de ficar sozinha e, por conta disso, aceita relacionamentos abusivos. Afinal, o “conforto” de ter alguém é melhor que correr o risco de nunca mais ter um parceiro.

Ou seja, os sintomas são: a tolerância a relacionamentos abusivos e uma ansiedade extrema em relação à solidão. Dessa forma, cabe ao terapeuta não apenas tratar os sintomas, mas buscar a causa deles, que no caso é a crença limitante do abandono. 

Assim, uma vez alinhado com o paciente qual é essa crença limitante, ele irá entender melhor o que o faz agir de determinada maneira e o que ele deve enfrentar. Ou seja, ele consegue dar um nome para aquilo que o incomoda.

2. Confrontos direcionados

É de extrema importância que o paciente não só saiba qual sua crença limitante, mas que aprenda a questionar os pensamentos disfuncionais. 

Assim, é preciso que o terapeuta leve o paciente a perceber que os pensamentos não são verdades inquestionáveis, fazendo com que ele aprenda a procurar provas racionais daquilo que se passa em sua mente.

Por exemplo, quando o paciente disser “eu não fui bom o bastante, por isso ele me deixou”, o psicólogo deve levá-lo ao confronto, perguntando “mas quais provas concretas você tem disso?”. 

Dessa forma, com o tempo, o paciente começará a questionar essas crenças tóxicas, observando as situações de forma mais realista, funcional e racional.

Saiba: como realizar a reestruturação cognitiva com o paciente

3. Registro de pensamentos disfuncionais 

O registro de pensamentos disfuncionais (RPD) é uma atividade prática para ajudar o paciente a entender como ele reage às situações ao seu redor e qual seria a melhor maneira de lidar com elas.

Segue abaixo um modelo:

rpd para autoconhecimento do paciente

Assim, o terapeuta deve orientar o paciente a completar o quadro sempre que ele passar por uma situação estressora. Depois, esse quadro será revisitado nas sessões de terapia, a fim de refletir sobre o ocorrido e criar um repertório para as próximas situações.

4. Afetivograma

O afetivograma é outra atividade prática muito usada para o autoconhecimento e também para que o profissional da saúde mental analise se há traços de algum transtorno no paciente.

Nele, o paciente irá assinalar como está seu humor durante os três períodos do dia: manhã, tarde e noite. Formando, assim, um gráfico que irá monitorar se há grandes oscilações de humor. 

Dessa forma, o paciente consegue visualizar melhor como está se sentindo durante o dia. Enquanto o terapeuta consegue analisar se há algum transtorno e se há necessidade de intervenção medicamentosa com o psiquiatra.

A atividade, no geral, deve ser feita durante 30 dias. 

Clique aqui para ver o pdf de exemplo!

5. Escrita terapêutica

A escrita terapêutica também é uma ótima ferramenta para quem quer opções de como trabalhar o autoconhecimento do paciente. 

Ao escrever, é como se a pessoa tirasse o nó de pensamentos da mente e desembolasse eles nos papel, aliviando a ansiedade e entendendo melhor o que está sentindo.

O terapeuta pode tanto orientar que ele escreva em um modelo específico, como uma carta para seu “eu” do passado ou para outra pessoa, quanto deixar a escrita livre. 

Além disso, também pode ser interessante propor que o paciente reserve um lugar específico para escrever, como um caderno ou um aplicativo no computador, dependendo da preferência do mesmo. 

Aprenda mais sobre atendimento clínico e técnicas da TCC

A Terapia Cognitivo Comportamental é uma abordagem que disponibiliza ao terapeuta inúmeras formas de intervenção, sendo muito ampla e uma das mais indicadas para tratar transtornos e mudar comportamentos disfuncionais. 

Seu foco em atitudes práticas é o seu diferencial, pois o paciente consegue visualizar seu progresso no dia a dia de forma palpável, uma vez que a TCC une a transformação cognitiva com ações assertivas.

E se você se interessa por essa abordagem e quer aprender mais sobre esse tipo de atendimento clínico, existe um lugar no qual você pode se aprofundar no assunto e ainda praticar todo o seu conhecimento!

Esse lugar é a Formação Eurekka em Terapias Comportamentais Contextuais, um curso completo ministrado por psicólogos especialistas na TCC, incluindo os próprios fundadores da Eurekka. 

Na formação, além de aprender tudo sobre a Cognitivo Comportamental, desde as bases até os estudos mais avançados, você também ganha supervisão clínica, estágio em atendimento online e um certificado comprovando sua proficiência.

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