Como ter disciplina? Aprenda a técnica indicada por psicólogos
Equipe Eurekka
Você diz que vai ir para academia todos os dias nessa semana, mas não vai. Diz que vai focar mais no trabalho, mas não foca. Jura que vai terminar o TCC, mas nunca termina… se o seu problema hoje é saber como ter mais disciplina, precisamos te perguntar: quantas vezes você disse não para si mesmo essa semana?
Para ter uma ideia, aqui vai um dado estatístico: a maioria de nós, hoje, no Brasil, passa pelo menos quatro horas por dia na frente do celular, olhando para a tela do celular. E, claro, se nós perguntássemos para as pessoas se elas gostam de passar essas quatro horas por dia na frente do celular, a maioria diria que não.
É por isso que, aqui, você vai aprender a ser menos como essas pessoas.
Para lidar com a falta de disciplina, vamos te dar dicas de ouro e te passar todas as técnicas que os psicólogos da Eurekka usam no consultório para você ser menos impulsivo e suportar momentos difíceis.
(ah, e no final preparamos um desafio para você parar de estudar sobre o assunto e colocar ele em prática!)
Boa leitura!
Índice
Pessoas impulsivas x Falta de Disciplina
Pouca gente fala da necessidade de você aprender como dizer não para você mesmo. Mas essa prática é muito útil para desenvolver disciplina e autocontrole. Aliás, se você olha para a psicologia das coisas, a verdadeira liberdade depende da disciplina.
Conseguimos notar um padrão de comportamento nas pessoas hoje em dia, em especial nas pessoas mais jovens, na faixa dos 25 anos ou menos. E o padrão de comportamento é o seguinte: estar cada vez mais com dificuldade de resistir aos impulsos automáticos de satisfazer os nossos desejos.
Por que não conseguimos nos controlar e ter disciplina?
Ou seja, podemos chamar isso de uma crise do auto controle.
Por exemplo, as pessoas se sentem dependentes do celular, certo? (e não é nenhuma surpresa, vendo o dado que te mostrei lá em cima) Mas, por algum motivo, a pessoa não consegue dizer não para aquela vontade de usar o celular.
Infelizmente, o Brasil também vive um momento crítico da obesidade, tanto da obesidade infantil como da obesidade no geral. Cada vez mais, as crianças desenvolvem obesidade infantil e vício no celular. Por fim, também há muitos diagnósticos de crianças com déficit de atenção, por exemplo.
Agora pensa comigo: o que está no fundo desse problema? Tanto na incapacidade de se concentrar, quanto na incapacidade de resistir à comida, na incapacidade de resistir ao vício das telas…
Lá no fundo, a raiz disso tudo tem a ver com não treinar o nosso autocontrole.
O que explica a falta de disciplina e autocontrole?
Por que as pessoas não treinam o autocontrole? O que aconteceu com a nossa geração que pode estar causando isso?
Bom, um fator interessante é que essa geração de até uns 25 anos (e a geração anterior) são duas gerações que começaram a ter cada vez menos filhos. Por isso, é também a geração em que os pais e as mães começaram a trabalhar mais fora de casa. O que isso significa?
Essas gerações criadas com menos irmãos trouxeram duas mudanças.
- As crianças tinham menos necessidade de dividir os brinquedos, de compartilhar as brincadeiras e de esperar a vez do outro pra fazer as coisas;
- Como os pais trabalharam muito fora de casa na infância dessas crianças, eles tinham que fazer alguma coisa para que a as crianças ficassem ocupadas enquanto eles estivessem fora.
O problema de nunca “dizer não”
A grande solução que começou a surgir nos anos 80 e 90, conforme as televisões explodiam no Brasil, foi deixar a criança na frente da televisão, assistindo filmes na fita cassete.
Antes, a criança precisava desenvolver um autocontrole para conseguir se concentrar numa brincadeira difícil. Ela também precisava esperar até o momento em que o pai e a mãe chegariam em casa para que ela pudesse assistir alguma coisa na TV ou para que pudesse brincar com a mãe. Com isso, havia o treino dessa capacidade de esperar, de ter paciência, de dizer não.
Hoje, a gente não precisa treinar essa capacidade. Afinal, a qualquer momento que a criança quiser assistir qualquer desenho, a gente pode abrir o YouTube e dar play para ela assistir. E isso não só com as crianças, mas com o adulto também.
Quando ele quer ver qualquer coisa na internet, absolutamente qualquer coisa, ele simplesmente joga lá, aperta o botão de play e assiste. Isso é uma coisa nova para as pessoas: a possibilidade de satisfazer os nossos desejos na mesma hora.
Tipos de liberdade: será que “poder tudo” é ser livre?
Agora, imagine essa criança ou adolescente que olha para o mundo em volta dela e aprende que todos os desejos dela podem ser satisfeitos e devem ser satisfeitos quando ela quiser e do jeito que ela quiser.
Parece muito simples, não? Tudo o que ela vê em volta ensina para ela que é muito simples dizer sim para os desejos.
O problema é que a vida adulta chega e exige que você diga não para muitas coisas pra poder dizer sim para outras.
É vital entender o seguinte: a liberdade é uma coisa boa, mas existem dois tipos de liberdade.
1. Liberdade negativa
A primeira liberdade é o que a gente chama de liberdade negativa. Ou seja, a liberdade que tem a ver com a remoção de certos obstáculos. Ela é negativa pois remove coisas.
Eu sou livre para assistir ao vídeo do YouTube, pois não tem nada me impedindo de ter que esperar até mais tarde. Assim como eu também u sou livre para comer um chocolate a hora que eu quiser. É essa liberdade de não ter obstáculos. E esse é um tipo de liberdade que a tecnologia conquistou para nós, uma liberdade de remoção de obstáculos.
2. Liberdade positiva
Só que existe uma outra liberdade, que é a liberdade positiva. Essa é a liberdade para buscar alguma coisa que a pessoa acredita ser valiosa.
Ou seja, você é livre para buscar a carreira dos seus sonhos. Você é livre pra buscar a esposa ou marido do seu sonho. E você é livre para buscar a sua melhor versão – uma versão mais disciplinada, produtiva e amorosa.
Contudo, o que acontece é que cada vez que você cede aos seus desejos, eles vão ficando maiores e mais mimados. E, cada vez mais, os seus desejos pedem para ser satisfeitos na mesma hora.
Vamos pensar nisso com um exemplo: qual é pessoa que tem mais dificuldade de resistir a um chocolate? É a pessoa que todo dia tem a liberdade de comer um chocolatinho. Ela come todo dia, depois almoço, um chocolate; todo dia, às três da tarde, outro chocolate; todo dia, às seis da tarde, outro chocolate.
Ela tem muita “liberdade” para comer o chocolate. Mas será que ela tem liberdade para buscar a saúde ou para buscar o corpo que ela deseja? Se ela não é livre para dizer não ao chocolate, ela não vai ser livre para dizer sim ao corpo que ela quer ou à saúde que ela está buscando.
Você é escravo dos seus desejos?
A liberdade para remover os obstáculos que nos impedem o acesso às coisas é plena por causa da tecnologia, e conforme ganhamos dinheiro ou crescemos essa liberdade também aumenta.
No entanto, a liberdade de dizer sim para a pessoa que você quer se tornar não cresce – muito pelo contrário, ela está diminuindo.
Afinal, a gente acha que está sendo livre, enquanto estamos nos tornando escravos dos nossos desejos. Você acha que você é livre porque pode comer um chocolate a hora que você quiser, porque pode assistir a uma bobagem no YouTube a hora que você quiser; mas você não é realmente livre.
Pois toda vez que você escolhe um objetivo difícil, os desejos do seu corpo decidem as coisas por você e impedem você de chegar a esse objetivo.
Como começar a dizer não? Dicas dos Psicólogos da Eurekka
Nós perdemos o hábito de dizer não para nós mesmos e, por isso, precisamos recuperar este hábito. Mas o que significa isso dizer não?
A minha sugestão (e a que os psicólogos da Eurekka fazem com seus pacientes) é que você escolha alguns pequenos “nãos” para dizer para você. Talvez alguns “nãos” toda semana. Por exemplo: essa semana eu vou dizer não ao café, ou vou cortar o meu consumo de café pela metade.
E essa decisão não é nem por motivos de saúde, nem para melhorar o desempenho do seu cérebro. Tem a ver com aprender a dizer não. Tem a ver com treinar a capacidade de dizer não para tudo que o corpo pede.
Pois quanto mais você diz sim ao seu corpo, mais ele pede coisas, mais ele quer tudo que você tem para dar. Então, diga não para ele, porque ou os seus desejos vão te dominar, ou você vai dominar os seus desejos (e nós queremos a segunda opção, certo?)
Mas não me entenda mal. É muito bom comer chocolate, eu adoro chocolate. Eu adoro hambúrguer, adoro lasanha. Eu como sem nenhum problema. Mas se eu estou comendo lasanha, hambúrguer ou chocolate, quero estar comendo porque eu decidi fazer isso, não como quem inventa uma desculpa: “Eu tô com muita vontade, tô triste, irritado, mas é porque eu decidi.”
Então, o certo é assim: “Eu decidi e eu tenho plena consciência de que eu poderia ter dito não. Eu estou fazendo isso considerando o objetivo de longo prazo: a minha saúde e o tipo de pessoa que eu quero me tornar”.
Colocando em prática: O Desafio de Dizer Não
Se você não consegue deixar o seu celular parado por uma hora sem encostar nele, pare para refletir: é você quem está domando seus desejos ou seus desejos que estão domando você?
Por isso, aprenda a dizer não.
Esse é o desafio que eu quero colocar para você: pense em algo para dizer não essa semana. Aqui vão algumas ideias:
- Ficar uma hora a menos no dia com o celular – o celular mesmo costuma ter o controle dessas horas nas configurações.
- Não comer sobremesa. Outra opção é comer frutas na sobremesa ao invés de doces.
- Fazer meia hora de exercício por dia, mesmo não gostando
- Ficar uma semana sem comprar nenhuma roupa ou acessório.
- Ler cinco páginas de algum livro por dia, para criar (ou retomar) o hábito de ler.
Eu quero você aprenda a dizer não para, assim, começar a domar os seus desejos. Comece a dizer não para si mesmo. Você vai ver o tamanho da liberdade que você vai ganhar fazendo isso.
3 replies on “Como ter disciplina? Aprenda a técnica indicada por psicólogos”
Eu topo 30 dias iniciais para depois se renovarem (renovação mensal) de verdade, hoje é dia 22 de Dezembro, dia 22 de Janeiro eu falo com vocês no Instagram ou por aqui mesmo e conto a experiência
Eu topo
Eu topo!