Como parar de mentir com duas atitudes essenciais
Equipe Eurekka
Sabe aquela história de quem conta um conto aumenta um ponto? Ou então, uma mentirinha não mata ninguém? Ou até mentir para proteger o fulano? Tudo isso é muito questionável e a regra é sempre falar a verdade e se manter fiel à informação. No entanto, a mentira está aí e muitas pessoas até se questionam “ Por que eu minto? Como posso parar de mentir? Afinal, mentir é uma doença?”
A mentira está até no calendário anual do brasileiro e de outros povos do mundo, como irlandeses, franceses, suecos e canadenses. Dia 1º de abril é dia de fazer brincadeiras e pegar os amigos com a mentira.
Mas, afinal, qual o limite entre “mentiras brancas” e mentiras patológicas? Tem tratamento pra isso? Vamos refletir um pouquinho sobre esse tema no texto que segue. Acompanhe!
Índice
Mentir demais é uma doença?
Sim, a mentira pode se transformar em uma doença e tem até nome pra isso: mitomania.
Todo mundo já mentiu alguma vez na vida e isso é totalmente compreensível. Omitimos algumas coisas ou deixamos prá lá uma informação.
Acontece que isso ocorre uma vez ou outra e não dependemos dessas mentiras pra viver. A mitomania é o fato de a pessoa mentir sempre e sem nenhuma razão aparente para tal. É como se ela tivesse uma compulsão por inventar e exagerar, por isso mente com muita frequência.
Quais os sinais de um mentiroso compulsivo?
O mentiroso compulsivo mente sobre qualquer assunto, pra qualquer pessoa e em qualquer lugar. Então, confira alguns sinais, para que você possa procurar ajuda pra você ou para alguém que você conheça:
- Normalmente, o mentiroso compulsivo se faz de vítima ou de herói;
- As histórias costumam ser recheadas de feitos extraordinários, é tudo muito intenso;
- As mentiras, na maioria das vezes, são coerentes, parecem muito reais;
- O mentiroso compulsivo não gosta de ser questionado;
- É comum que com o tempo, o mentiroso patológico domine suas feições e gestos, para que as pessoas não desconfiem;
- Não costuma sentir culpa por mentir, mesmo quando tem consciência de que está prejudicando a vida dos outros.
Ainda na infância e na adolescência, é possível acompanhar o comportamento do mentiroso e trabalhar alguns sinais. Na infância, é comum as crianças mentirem para se proteger de alguma coisa, pois elas têm dificuldade de lidar com a frustração e com as críticas.
Na adolescência, muitas vezes, o garoto e a garota não estão contentes com a vida que levam e começam a inventar histórias para amenizar o sofrimento ou a insatisfação.
Em ambos os casos, a questão é a seguinte: crianças e adolescentes percebem que as mentiras dão resultados e que nenhuma consequência acontece. Assim, passam a mentir cada vez mais e a mentira passa a ser o combustível da vida deles.
Essa característica só assume um caráter patológico quando a criança inclinada à mitomania constata que sua mentira pode ser entendida como verdade sem nenhuma consequência negativa associada. Por outro lado, um sentimento de prazer e de poder pode facilmente incitá-la a repetir o mesmo comportamento.
(FISCHER; FONTES, p.1, 2014)
Consequências da mitomania
Com certeza, a consequência mais relevante é a falta de confiança na pessoa que mente demais. Fica muito difícil de conviver, de delegar tarefas, de se relacionar no geral com alguém que não vive a sua realidade e nem a assume.
No entanto, pessoas que mentem muito sofrem outras consequências graves: bullying, exclusão, problemas com a lei, destruição de amizades e relacionamentos, e perda de oportunidades de trabalho.
Como parar de mentir compulsivamente?
A mitomania é um transtorno e precisa de ajuda terapêutica. isso é um fato!
No entanto, antes de chegar à terapia, é importante que as pessoas que convivem com o mentiroso sinalizem que a situação não está correta e que a verdade é sempre melhor.
Então, no ambiente de trabalho, da casa e de amigos , deixe sempre claro que falar a verdade é a melhor escolha. Não permita que a outra pessoa dê continuidade a relatos falsos e questione ela sempre que você tiver oportunidade. Lembre-se de que a mentira começou porque essa pessoa não sofreu nenhuma consequência e as suas mentiras deram certo.
Por fim, dê sinais para a pessoa de que ela precisa de ajuda psicológica, mostre que ela está perdendo amigos, eventos e oportunidades por conta da mentira em excesso.
Aliás, é isso que o psicólogo vai fazer. Ele vai fazer com que a pessoa reconheça os prejuízos das suas atitudes mentirosas e, a partir daí, construa novos hábitos. É o caminho do autoconhecimento!
A gente sabe que é bem difícil fazer isso, mas também acredita que sempre há um jeito. Seja gentil e paciente com o mitomaníaco.
E, para a pessoa que sofre com a mitomania, aqui vão duas dicas essenciais:
1. Perceba padrões de comportamento
O autoconhecimento é a chave pra mudar comportamentos. Então, se você mente com frequência pra “tapar buracos” de situações que vão se acumulando, pare e pense se isso não está saindo do controle.
E se você mente e não sente culpa por isso, inclusive fica arquitetando a mentira, comece a avaliar esse comportamento.
E uma forma de entender a razão de tudo isso, e aprender como parar de mentir, é fazer o que chamamos de RPD (Registro de pensamentos disfuncionais).
Funciona assim, sempre que você mentir por algum motivo, ou passar por uma situação que mexeu com você, anote no papel, ou no celular/computador, as seguintes informações:
Assim, você começa a entender melhor os gatilhos que levam você a mentir e as possíveis soluções para substituir a mentira por ações positivas.
2. Faça terapia
Reconhecer que o problema existe é o primeiro passo para tratá-lo. Portanto, a ideia do texto foi levar você a reconhecer sinais e padrões do comportamento do mentiroso compulsivo.
E, a partir disso, procurar ajuda terapêutica e saber que você não precisa seguir camuflando a sua vida com mentiras e que a sua vida tem muito valor do jeitinho que é.
A boa notícia é que a Eurekka sabe como trilhar esse caminho da autoconfiança e tem uma equipe prontinha para ajudar.
Com a ajuda de um dos nossos psicólogos humanizados você vai conseguir reconhecer as suas emoções, aprender a identificá-las e a lidar com elas. E no caso do mitomaníaco, vai conhecer estratégias para buscar novos hábitos, aos poucos, com calma, sem julgamentos. Aqui a gente trabalha assim!
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Referências Bibliográficas
FISCHER, Claudia Petlik; FONTES, Maria Alice. Mitomania ou mentira compulsiva: O que você precisa saber sobre este hábito?. Centro de estudos em Psicologia: 2014. Disponível em: <http://www.cemp.com.br/arquivos/33750_57.pdf>
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