Como negociar com uma criança? 4 dicas essenciais
Equipe Eurekka
O desejo de todas as famílias é ter filhos educados, que respeitem regras e limites. No entanto, é natural que em cada idade da criança exista alguma dificuldade de fazer acordos entre o que ela quer e o que os pais permitem. Por isso, a palavra-chave é negociar. Isso mesmo! Você, pai, mãe, avô, avó, ou qualquer outra pessoa responsável pelos pequenos, precisa aprender a como negociar com uma criança.
Negociar com a criança tem várias vantagens para a educação dela, inclusive, para desenvolver a noção de respeito a regras e a limites. É isso que este texto vai mostrar pra você: dicas de como fazer essa negociação.
Boa leitura!
Índice
Por que negociar com uma criança?
Há muitos pais que acham que negociar com a criança pode ser sinal de fraqueza e falta de autoridade, e que os filhos vão se aproveitar disso.
Então, fiquem tranquilos, pais! É exatamente ao contrário o que acontece, pois famílias que educam na base na negociação, do acordo, de conversas assertivas, ensinam os filhos a ter liberdade de escolha e a se responsabilizar por isso.
Os estudos mostram que é muito assertivo negociar porque, afinal, as crianças são excelentes negociadoras.
Já viu uma criança ouvindo um “não” e não reagir? Difícil, né? É normal que elas insistam e queiram uma resposta muito mais elaborada.
Então, aproveite essa característica infantil para ensiná-la valores importantes como: respeito, responsabilidade, compreensão e comprometimento.
Por outro lado, é importante diferenciar os aspectos que podem ser negociados e aqueles que devem ser incorporados na vida da criança como obrigação, portanto, você não vai negociar a escovação dos dentes ou os horários das refeições principais.
Também deve evitar negociação de tarefas que são importantes para o bem-estar da família. É o caso dos horários de acordar para ir à escola, por exemplo.
A importância da educação respeitosa
Quando você tem conversas assertivas com seus filhos e combina com ele determinadas atitudes, eles têm grandes chances de serem adultos responsáveis e que saberão valorizar a vida em comunidade.
Imagine que você esteja enfrentando algumas dificuldades para seu filho comer alguns alimentos. Você serve o prato dele com tudo que foi cozido para o almoço. Ele chora, diz que não gosta de comer aquilo e se cria um cabo de guerra.
A dica para negociar é, primeiro, mostrar para seu filho que você come aquele alimento, portanto, dê o exemplo.
Se ele fizer birra, insista para que ele coma um pouquinho, ou seja, não precisa comer tudo. A dica é não obrigá-lo a comer tudo, mas comer de tudo.
Convide seu filho para preparar alimentos com um legume que ele não goste, como a cenoura, por exemplo.
O mais importante é que você está ensinando a ele o valor daquele alimento e não sendo agressivo e sim paciente e respeitoso. Isso é afeto e a criança vai perceber.
Negociar com uma criança não é deixar que ela faça o que quiser, mas aperfeiçoar a comunicação, desenvolvendo a cooperação.
Um exemplo da negociação são os castigos. Se a criança não quis comer no almoço, explique a ela que a comida ficará na geladeira e quando ela sentir fome, deverá comê-la. Ela será privada do lanche no meio da tarde, mas está aprendendo que não pode ficar sem o tradicional feijão, arroz e bife.
Por fim, elogie seu filho quando ele for cooperativo. O mais comum é que as crianças recebam atenção apenas quando fazem coisas erradas e isso reforça atitudes ruins.
Mas e ela for notada nos momentos de acertos, ela saberá que vale a pena cumprir regras e limites, porque os pais estão notando.
O que é a “birra”
A birra é uma forma de lidar com os impulsos e as mudanças. Ou seja, a criança ainda não entende bem o que está acontecendo e, de alguma forma, expressa isso.
Um exemplo é quando ela está muito cansada e, com razão, não consegue lidar com isso. Então chora, quer colo, não quer tomar banho nem comer, se joga no chão, e por aí vai.
Por isso, preste atenção nas birras dos seus pequenos, porque eles podem estar querendo comunicar alguma coisa. Por outro lado, evite fazer o que a criança quer durante um momento de birra. Nesse sentido, acalme a situação, seja acolhedor e nunca agressivo, e jamais dê atenção exagerada à birra.
Isso é importante, porque, se você não der limites também durante a birra, a criança se acostuma a conseguir o que quer dando esses “pitis”. E isso é muito ruim para a vida emocional e social dela.
Por fim, depois que a birra passar, tente compreender o motivo que a provocou. Você pode conversar com o seu cônjuge, com os avós, com as professoras da escolinha e com outras pessoas que convivem com a criança. Procure observar em que contextos a birra acontece, porque, assim, você poderá estabelecer regras para conter esses episódios.
Como negociar com uma criança?
Há muitas maneiras de lidar com situações de negociação com uma criança. No entanto, a gente acredita que a educação respeitosa deve ser prática e objetiva. Pensando assim, selecionamos 4 dicas para orientar a sua comunicação com o seu filho ou com qualquer outra criança do seu convívio.
1. Explicação prática das consequências
Já explicamos aqui que a conversa e as combinações com as crianças variam de acordo com a idade. Certo?
Diante desse detalhe, é fundamental você dar explicações e apontar as consequências dos atos do seu filho de maneira bem prática e coerente.
Por exemplo: a criança não quer escovar os dentes, cospe o creme dental, faz um escândalo e o momento da escovação é muito dramático.
Então, você compra um livro infantil que narre a história de uma criança que sentiu muita dor nos dentes porque criou cáries. Você também pode convidar seu filho para assistir a filmes curtos no youtube sobre o assunto. E melhor: tornar o momento da escovação uma tarefa em família, ou seja, todos escovam os dentes ao mesmo tempo.
Se a criança tiver mais de quatro anos, mostre a ela que os coleguinhas da escola perceberão que ela não escovou os dentes, porque restos de alimentos entre os dentes provocam mau hálito. Nessa idade, a criança já valoriza muito o convívio social e gosta de se sentir incluída.
2. Mude a atenção dela para outra atividade
Digamos que seu filho esteja na pracinha do parque se divertindo. Mas já está na hora de ir para casa e, com certeza, ele resistirá. Então, você faz a seguinte proposta: “ Filho, vamos para casa porque já está na hora de fazermos aquele sanduíche que combinamos para o lanche.”
É sempre bom pensar que esses exemplos que a Eurekka dá nem sempre funcionam na primeira tentativa e que, na maioria dos casos, é preciso insistir e mostrar à criança que existe uma rotina e que ela é importante.
Por outro lado, a gente também sabe que gritaria, grosseria, tapas e empurrões não resolvem nada e pioram a situação no futuro. Por isso, exercite a sua paciência, persistência e afeto. Pode até demorar um pouco, mas os resultados acontecem.
3. Faça acordos
A base da negociação são os acordos e a base do respeito é o cumprimento desses acordos.
Então, diante de uma situação combinada, lembre-se de que você é o adulto da história e não deve ceder: não é não! ok?
Por isso, faça acordos coerentes com as suas condições e com a maturidade da criança.
Vamos retomar o caso da escovação dos dentes. Se a criança estiver resistindo muito a escovar os dentes após as refeições, prive ela de comer sorvete num passeio que vocês fizerem e explique que isso está acontecendo, porque o açúcar provoca cáries e que esse açúcar só sai dos dentes se os escovarmos muito bem.
Faça isso de forma natural, sem ironias e agressões. E jamais ceda ao sorvete se a criança não escovar os dentes.
Outro exemplo bem clássico são os brinquedos espalhados pela casa. Seu filho deixa todos os brinquedos no meio da sala e resolve assistir a um filme especial. O acordo é assistir ao filme preferido somente depois de guardar os brinquedos. Lembre-se de ajudá-lo nas primeiras vezes, para que a tarefa se torne menos pesada e para que ele se sinta estimulado a guardar os brinquedos.
4. Dê opções para que ela possa escolher
Chegou a hora do banho e você sabe que vai encontrar resistência do seu pequeno. Então, ao convidá-lo para tomar banho, dê duas ou mais opções: “filho, hoje você quer tomar banho com o chinelinho do batman ou do superman?”. Ou então: “ Qual livrinho de plástico você quer trazer para o banho?”.
Entenda que você não deu a opção de não tomar banho. Certo?
No caso do banho, você também pode combinar que em dois dias da semana o banho será diferente ( banheira, bacia, tanque, de mangueira….). Isso tudo depende de onde você mora e das suas condições, mas sempre dá pra negociar!!!
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