Veja como eram os tratamentos psiquiátricos antigamente

Equipe Eurekka

Desde o nascimento da psiquiatria até os dias de hoje, a visão sobre os transtornos mentais mudou bastante. Mas você já parou para pensar como eram os tratamentos psiquiátricos antigamente? Quais eram as técnicas utilizadas para cuidar de um paciente? Como se deu esse processo de evolução?

A reforma psiquiátrica foi um processo complexo, que trouxe inovações e avanços no campo do saber e da ciência relacionados à saúde mental. Afinal, após 150 anos da doutrina psiquiátrica da época, a reforma surgiu para contestar o modelo sistemático predominante. 

Dessa forma, o dia 18 de maio representa o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, uma data marcada pela consciência do contexto sócio-histórico do tratamento da doença mental e do quanto os estudos e pesquisas ajudaram na evolução do mesmo para procedimentos mais seguros e eficazes atualmente.

Então, confira agora tudo sobre essa evolução da psiquiatria ao longo do tempo. Boa leitura!

Pavilhão Antõnio Carlos lugar onde acontecia os tratamentos psiquiátricos antigamente
Hospital Colônia de Barbacena | Acervo de Pesquisa UFMG

O que a área da psiquiatria estuda?

Você sabia que nem sempre a existência da doença mental requereu uma resposta sistemática? Por exemplo, na Grécia Antiga, o louco era considerado como detentor de um poder divino. 

Após isso, na Idade Média, eles eram vistos como possuídos por uma entidade demoníaca. Assim, o louco passou a representar ameaça à ordem social, sendo isolado em prisões e hospitais com medidas de tortura e punição. Não havia a noção de doença mental, a qual surgiu com Philippe Pinel e o nascimento da psiquiatria.

A disciplina médica surgiu no século XVIII com o objetivo de lidar com a loucura como uma doença, trazendo a necessidade de classificações e tratamento psiquiátrico. No entanto, a psiquiatria fundamentava a loucura na irracionalidade e tinha como objetivo o controle dos indivíduos.

Hoje, a Psiquiatria é um campo da medicina que se compromete a estudar e tratar os transtornos mentais de forma humana e científica. Desse modo, ela tem como foco a saúde mental e como ela afeta o desenvolvimento e áreas da vida de uma pessoa. 

Por que os tratamentos da mente evoluíram?

Embora o surgimento da psiquiatria tenha sido importante para instituir uma ética de cuidados, as medidas adotadas para lidar com a doença mental não eram efetivas e levavam à segregação.

Mas, felizmente, isso mudou ao longo do tempo. Confira como aconteceu:

Antes os tratamentos eram invasivos, antiéticos e cruéis

A médica brasileira Nise da Silveira relatava a realidade do hospital psiquiátrico em que trabalhava em 1944 como sendo extremamente cruel, envolvendo o encarceramento de pacientes em ambientes onde não havia dignidade humana.

Diversas pessoas eram isoladas em espaços com superlotação e submetidas a procedimentos violentos como a camisa de força, a lobotomia e o eletrochoque. Há uma estimativa de 60 mil pessoas mortas pela violência manicomial no Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais.

Desse modo, não havia tratamento terapêutico para lidar com a doença mental, mas sim uma tentativa de exclusão de pessoas da sociedade. Além de encarar o próprio sofrimento, os pacientes ainda sofriam preconceitos e violências que apenas agravavam o quadro.

Ou seja, o modo como eram os tratamentos psiquiátricos antigamente era tanto ineficaz, quanto desumano.

Agora o objetivo é cuidar do bem-estar do paciente

Nise da Silveira foi uma das primeiras pessoas a defender a ideia de que os pacientes precisavam ser vistos como seres humanos. Assim, além de lutar contra os maus tratos, ela passou a incentivar o cuidado utilizando a terapia ocupacional, oficinas de pintura e modelagens e contato com animais de estimação nos hospitais.

Com o mesmo intuito de reformular o padrão de isolamento, as Reformas Psiquiátricas possibilitaram medidas pertinentes, como a Lei Antimanicomial no Brasil em 2001. Essa lei levou à criação de Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) com atendimento humanizado e equipes multidisciplinares disponibilizados pelo SUS.

nise da silveira umas das psiquiatras que ajudam a mudar os tratamentos psiquiátricos antigamente
Arquivo Nise da Silveira

A segregação deixou de ser a principal providência para os transtornos mentais, dando espaço para o respeito à dignidade humana, atenção à proteção, inclusão, tratamento e bem-estar de pessoas acometidas de algum transtorno mental.

Atualmente, muitos estudos científicos sobre a saúde mental e medicamentos contribuem para que o erro histórico não se repita e o melhor tratamento seja propiciado ao paciente.

Como eram os tratamentos psiquiátricos antigamente e hoje?

Como falamos acima, existe uma grande diferença em como eram os tratamentos psiquiátricos antigamente e como são hoje. Então, veja agora algumas dessas diferenças.

Psicoterapia

Antigamente, não existia tratamento terapêutico. Os pacientes eram submetidos a punição e ameaças para que cumprissem obrigações. Hoje, a Psicologia conta com abordagens humanizadas que têm como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Remédios

Em 1950, criaram-se os primeiros medicamentos. Henri-Marie Laborit produziu a clorpromazina, que foi utilizada para diminuir a agitação psicomotora e atividades alucinatórias e delirantes. No entanto, muitos desses medicamentos desenvolvidos passaram a apresentar efeitos colaterais.

Atualmente, há uma diversidade de medicamentos produzidos com intuito de proporcionar extrema segurança durante o tratamento, minimizar efeitos colaterais e abranger a gama de transtornos mentais existentes.

Cirurgia

Uma técnica muito comum na época era a lobotomia, cirurgia responsável por prejudicar a substância branca dos lobos temporais do cérebro, levando a uma modificação da personalidade. E, além de não trazer uma solução, era uma medida irreversível.

Mas, com a evolução de novos remédios e técnicas de psicoterapia mais eficazes, essa cirurgia foi abolida em 1955 no Brasil.

Eletroconvulsoterapia

Indiscriminadamente, aplicava-se correntes elétricas sem anestesia, as quais provocavam uma convulsão generalizada em pacientes que apresentavam agressividade.

Hoje, essa técnica ainda existe, mas não é realizada da mesma maneira. A técnica é empregada apenas em casos graves de catatonia, mania e depressão, sem causar nenhum sofrimento ao paciente.

As correntes elétricas são administradas de forma segura, controlada e com anestesia, somente com o intuito de ajudar a restabelecer o fluxo de neurotransmissores.

O tratamento com psiquiatra hoje

Em suma, como você viu nesse artigo, a psiquiatria se modificou de várias maneiras com o objetivo de desenvolver melhores ações em favor da saúde mental

Sendo que, para que essa evolução ocorresse, foram necessários avanços nas pesquisas neurocientíficas e farmacológicas, para que profissionais pudessem se especializar e propor o melhor tratamento. 

De fato, hoje é possível pensar nos transtornos mentais como condições passíveis de tratamento, sendo o psiquiatra uma peça fundamental. Para isso, a Eurekka disponibiliza uma equipe de profissionais qualificados e humanizados para proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes.

O acompanhamento psiquiátrico é online e pode ser feito no conforto da sua casa. Para saber mais, você pode clicar aqui para conhecer a Eurekka Med e agendar uma avaliação

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