Cólica menstrual: por que acontece e como aliviar a dor

Victoria Fernandez Comprido

A cólica menstrual é um pesadelo comum para muitas mulheres e se caracteriza por uma dor na região da barriga durante o período menstrual. A população que mais tem cólica menstrual são mulheres com menos de 20 anos, mas pode acontecer em qualquer idade. A intensidade dessa dor também varia muito. Assim, algumas mulheres têm muita dor, enquanto outras, quase nada.

Nesse texto, você aprende o que causa a cólica, como aliviar a dor e muito mais! Venha conferir

O que é cólica menstrual e por que acontece?

Mulher com cólicas

A cólica menstrual é uma dor forte na região pélvica que acontece durante o período da menstruação. O termo médico para a cólica menstrual e dismenorreia e ela  pode ser de dois tipos:

Dismenorreia primária

É quando não se encontra qual é a causa exata da dor, ou seja, não tem nenhum fator orgânico que explique essa dor. 

Assim, o que acontece é que, com a diminuição da progesterona, são liberadas algumas moléculas inflamatórias como prostaglandinas e eicosanoides. Essas moléculas provocam contração do músculo do útero (miométrio) e redução do calibre dos vasos sanguíneos (vasoconstrição) e provocando dor.

A queda da progesterona que desencadeia tudo isso é um evento normal no fim do ciclo menstrual ovulatório. Ou seja, apenas nos ciclos menstruais em que aconteceu a ovulação é que ocorre essa redução da progesterona. Entretanto, a mulher só começa a ter ciclos ovulatórios depois de 2 anos da primeira menstruação, que é quando começa a ter cólica.

Além disso, nesse caso, a dor pode ser acompanhada de enjoo, vômitos, dor de cabeça, dor nas costas e nas pernas. Também é normal que ela seja muito intensa nos primeiros dias da menstruação mas que vá reduzindo ao longo dos dias.

Dismenorreia secundária

Neste caso, a dor tem uma causa física específica, sendo que a mais comum é a endometriose. Mas além dessa, outras causas são: adenomiose, miomas, malformações uterinas, entre outras.

Essa dor é independente da primeira menstruação (menarca), portanto, começa em qualquer idade. Ela também não tem relação com o fluxo menstrual, por isso pode acontecer antes, durante ou depois da menstruação. Apesar disso, o mais comum é durante.

Além disso, também é comum que se tenha dor ao toque vaginal.

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Sintomas mais comuns da cólica menstrual

O sintoma mais comum da dismenorreia é a própria cólica menstrual, ou seja, a dor na região do quadril durante a menstruação. Contudo, alguns sintomas podem surgir também como:

  • Náuseas
  • Vômitos
  • Dor nas costas
  • Dor nas pernas
  • Cefaleia, ou dor de cabeça

Sintomas graves da cólica menstrual

Além dos sintomas já citados, existem sintomas mais graves como a dor pélvica crônica. Esta é uma dor permanente na região da pelve, ou seja, não dói só na época da menstruação, mas dói o tempo todo. Assim, é uma situação muito difícil e incapacitante para a mulher.

Também pode acontecer sangramento após o sexo, dor durante as relações sexuais e aumento do fluxo de sangue durante a menstruação.

Causas de cólica menstrual

mentruação

A principal causa da cólica menstrual é, como já citado, a liberação de prostaglandinas e eicosanóides. Essa liberação acontece na segunda fase do ciclo menstrual, após a ovulação, quando há a redução do hormônio progesterona. Para saber mais sobre as fases do ciclo menstrual veja nosso post!

Assim, esses produtos liberados provocam o aumento da força e da frequência da contração do miométrio. Tal evento leva à redução do fluxo de sangue para nutrir o útero e, consequentemente, redução da oxigenação desse órgão (hipóxia). Por fim, a consequência dessa hipóxia é a dor.

Diagnóstico de cólica menstrual

O diagnóstico é clínico, ou seja, na maioria das vezes a história da paciente e o exame físico dela já diagnosticam. Por isso, dados como a localização da dor, quando ela começa, duração, intensidade, fatores de melhora e piora são importantes para o médico.

Mas basicamente, uma dor na região da pelve, que acompanha os ciclos menstruais ou se intensifica neles, tem como diagnóstico cólica menstrual.

No caso da dismenorreia secundária se faz outros exames para descobrir a causa, como, por exemplo: ultrassom pélvico, toque vaginal e alguns exames de sangue. Mas, nem sempre esses exames são necessários, cabe ao médico avaliar.

Tratamento: como aliviar as cólicas menstruais

O tratamento das cólicas deve ser indicado por um médico que vai avaliar seu quadro e indicar o que é melhor a se fazer. Contudo, ele pode ser de dois tipos: eliminando a causa da cólica (tratamentos hormonais) ou tratando apenas os sintomas (analgésicos). Vamos falar mais sobre esses tratamentos.

Tratamento hormonal para cólica menstrual

anticoncepcionais

Como já falado, na dismenorreia, a cólica está muito relacionada com a queda da progesterona. Por isso, nesses casos, impedir essa queda trata a causa da cólica.

Dessa forma, medicamentos hormonais que mantém os níveis de progesterona constantes são usados no tratamento da cólica menstrual. Algumas classes desses remédios são:

  • Anticoncepcionais hormonais: são, de forma principal, os orais. Eles diminuem o sangramento da menstruação, assim também diminuem prostaglandinas e, como consequência, a dor.
  • Progestagênios ou Anti Progestagênios: podem ser orais, injetáveis ou em implantes. Inibem a ovulação e a menstruação, melhorando a cólica menstrual. Indicados para pacientes que não podem usar estrogênios. Exemplos: Acetato de Medroxiprogesterona, desogestrel, levonorgestrel.
  • Análogo hormonal da liberação de gonadotrofina: têm mecanismo muito parecido com os progestagênios. Exemplos: Gestrinona e Danazol.

Contudo, o Sistema intrauterino de levonorgestrel (SIU – LNG) é o método mais empregado para pacientes tanto com dismenorreia primária quanto secundária. Ele tem ação hormonal como a de um progestagênio, afinal ele também contém apenas progesterona sintética.

Tratamento medicamentoso (AINEs e Analgésicos simples) para cólica menstrual

Tratamentos com medicamentos para dor, como AINES e analgésicos, têm como objetivo apenas tratar os sintomas da cólica. Ou seja, eles não eliminam a causa da cólica, apenas impedem que a mulher sinta dor.

Os analgésicos simples são a dipirona ou o paracetamol. Eles têm grande sucesso em casos de cólicas leves ou quando os AINEs são contra indicados.

AINEs, por sua vez, é a sigla para anti-inflamatórios não esteroidais. Ajudam muito mulheres com cólica moderada ou grave. Mas, de forma geral, para maior sucesso, deve-se tomar por uns 5 dias, começando 1 a 2 dias antes da menstruação chegar. Para saber mais sobre essa classe de medicamentos, veja nosso outro texto!

Cólica menstrual forte: causas e como tratar

Como citado, as dismenorreias secundárias têm causas definidas, agora falaremos um pouco mais sobre cada uma delas.

Cólica e endometriose

Endometriose é a principal causa de dismenorreia secundária. De forma simples, o que é acontece é que existe tecido do útero (endométrio) em outros locais do corpo, além do útero. Assim, toda vez que o útero sangra na menstruação, esses outros locais também sangram, provocando dor.

O local mais comum de ter endometriose é na pelve mesmo, principalmente no intestino ou na parede do abdome. Por isso, a maioria das mulheres com endometriose têm cólicas muito fortes.

O tratamento para esse tipo de cólica menstrual é o mesmo já descrito. Entretanto, em casos que só o medicamento não dê conta, pode-se fazer cirurgia para retirar os focos de endometriose. Contudo, nem sempre essa cirurgia é possível.

Para saber mais sobre endometriose veja nosso post clicando aqui!

Adenomiose

A Adenomiose é parecida com a endometriose, mas, nesse caso, o tecido endometrial está no miométrio, que é o músculo do útero. Assim, quando ocorre a menstruação, a cólica menstrual também fica muito mais intensa. 

O tratamento é o mesmo: medicamentos ou cirurgia. Porém, nesse caso, a cirurgia seria a retirada do útero.

Cólica e mioma uterino

Outra causa de dismenorreia secundária é o mioma uterino. Mioma é um tumor benigno de células musculares. 

O mioma tem 3 possíveis localizações: na parte de dentro do útero (submucoso), dentro da parede que forma o útero (intramurais) ou na parede mais externa do útero (subseroso). Assim, causa dor dependendo de onde ele está, por exemplo dentro do útero.

O tratamento, nesse caso, além dos medicamentos, é tirar o mioma por meio de uma cirurgia.

Cólica e varizes pélvicas

Varizes pélvicas são veias dilatadas que afetam, nas mulheres, de forma principal, o útero. É raro que elas apresentem sintomas, mas algumas mulheres relatam que apresentam mais cólicas. Contudo, a avaliação do médico é essencial para ver se as varizes são mesmo a causa.

Qual a diferença entre TPM e transtorno disfórico pré menstrual?

disforia menstrual

A TPM é a tensão pré menstrual comum em muitas mulheres. Assim, são alterações leves que acontecem em todo o corpo da mulher perto da época da menstruação. 

Já o transtorno disfórico pré menstrual é uma situação muito mais grave, pois é um problema psiquiátrico. Assim, a mulher tem os sintomas psicológicos da TPM, mas de forma muito mais exacerbada.

Para entender melhor sobre isso, acesse nosso post sobre TPM clicando aqui!

Recomendações importantes sobre cólica menstrual

Além do tratamento com remédios outras hábitos, como mudança de estilo de vida, ajudam muito no tratamento das cólicas menstruais

1. Prática de exercícios físicos

Fazer exercícios físicos é quase tomar um anti-inflamatório natural. Isso porque os exercícios também diminuem as prostaglandinas e os eicosanoides que provocam a cólica menstrual.

2. Alimentação adequada

Uma alimentação balanceada ajuda a manter a saúde física e mental. Por isso, alguns estudos relatam que mulheres que comem de forma balanceada apresentam menos cólicas menstruais.

3. Controle de estresse

O estresse mexe muito com os hormônios do corpo. Além disso, estudos mostram que pessoas que passam por mais estresse relatam mais cólicas.

Assim, evitar o estresse é essencial, não só para diminuir cólicas menstruais, mas para ter uma vida mais saudável de forma geral.

4. Controle da alimentação

No período da menstruação é interessante controlar a alimentação. Isso porque alguns alimentos ajudam a reduzir os fatores inflamatórios que causam a dor. Por isso, alimentos que sejam antioxidantes são uma boa alternativa nesse período.

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