Ciclotimia: o que é, sintomas e melhores tratamentos

Equipe Eurekka

Você possui muitos altos e baixos na sua semana, do tipo que deixam você com vontade de mover montanhas e, depois,  impedem você de sair da cama, mas você não se identifica com as explicações sobre Bipolaridade? Então talvez você tenha Ciclotimia.

De forma similar ao Transtorno Bipolar esse distúrbio contém sintomas de muita felicidade e ânimo, seguido de indisposição e falta de prazer nas atividades. 

Neste artigo, você verá sintomas e características da Ciclotimia, um transtorno de humor recorrente, além de descobrir como conviver com este transtorno e qual o melhor tratamento.

O que é ciclotimia?

De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID), a ciclotimia é caracterizada pela instablidade persistente do humor por um período de, ao menos, dois anos, que flutua entre altos níveis de alegria e ânimo, chamada de hipomania, e momentos de tristeza e depressão. 

Em tese, esses períodos não são tão graves ou tão longos quanto na bipolaridade, e, por isso, esse é um transtorno próprio, e não parte do transtorno bipolar.

A ciclotimia tem este nome porque o ânimo muda conforme ciclos, que podem ser de dias, semanas ou meses. A pessoa que sofre com essa doença pode, em um dia estar super feliz e pra cima e, no dia seguinte, muito pra baixo.

Sintomas e características da ciclotimia

Como já dito, os sintomas variam entre ter muito ânimo e não ter ânimo algum. A pessoa ciclotímica, geralmente, não fica mais de dois meses estável, com os mesmos tipos de sintomas. Logo abaixo vamos listar outras características que podem indicar ciclotimia.

Sintomas de hipomania

Hipomania é um período de maior agitação e ânimo. Nesse momento, a pessoa vai se sentir bem, feliz e cheia de si.

Alguns sinais bem comuns dessa fase são: euforia, aumento da autoestima e humor elevado (exaltado). Além disso, pode ter uma maior velocidade de pensamento, aumento de energia e maior sensibilidade para irritação.

A pessoa também pode acabar se envolvendo com atividades com risco potencial para o futuro, como investimentos ruins, uso de drogas e gasto excessivo e impulsivo do dinheiro.

Sintomas de depressão

O período depressivo vem com uma clara falta de interesse. Nem mesmo o que estava empolgando a pessoa ontem é garantido de animar ela hoje. Além disso, a pessoa parece “perder” energia e concentração, ficar mais desligada e com sono. Pode, até mesmo, perder a fome e ficar um longo período sem comer.

Em alguns casos mais graves, podem surgir sinais de ideação suicida, que é quando alguém começar a pensar em tirar a própria vida.

Ciclotimia e transtorno bipolar

Os sintomas, em si, são muito parecidos com os sintomas do transtorno bipolar. Por que, então, não é tudo um transtorno só?

Um das grandes diferenças entre os dois é que a ciclotimia tem episódios mais curtos que a bipolaridade, além de que não possui os episódios de mania e depressão como no transtorno “primo”.

Por serem muito parecidos, é sempre indicado que você busque um especialista caso esteja com suspeita de que você ou alguém próximo esteja sofrendo com uma dessas doenças.

Para isso, o psicólogo ou psiquiatra vai buscar entender melhor como os sintomas estão atuando na vida da pessoa, perguntar sobre o histórico e muitos outros pontos importantes para definir bem qual é o problema e, a partir daí, pensar em um tratamento junto com o paciente que se encaixe no caso.

A CID, inclusive, exclui a ciclotimia (F34.0) do transtorno quando explica o Transtorno Bipolar (F31).

pessoa representando alguém com ciclotimia

Existe relação entre ciclotimia e distimia?

A distimia é uma depressão crônica. Nela, a pessoa acaba se irritando muito mais fácil, tem uma piora no seu humor, se sente com mais baixa autoestima, desânimo, tristeza e, assim, vários pensamentos negativos começam a vagar pela sua mente. Por isso, a distimia é considerada um humor disfuncional.

A ciclotimia, como já vimos, consiste em mudanças periódicas de humor, indo de sintomas maníacos para sintomas depressivos. A diferença entre elas, portanto, é que a Ciclotimia é periódica, enquanto a Distimia têm sintomas contínuos de mau humor.

Diagnóstico

Para garantir que o diagnóstico esteja certo, é possível que o paciente seja acompanhado por até dois anos por um psicólogo e/ou psiquiatra.

Para se enquadrar na ciclotimia, o paciente precisa ter pelo menos dois anos com os sintomas, e não ficar sem sintomas por mais de dois meses.

Isso acontece porque a ciclotimia costuma ter períodos definidos e, por isso, os episódios de mudança no ânimo acabam seguindo um padrão que pode ser identificado. Se o paciente ficar mais de dois meses sem os sintomas citados acima, é bem provável que ele não seja ciclotímico.

Sendo assim, esse período de apoio e observação, mesmo que seja longo, é importante para garantir que a pessoa não saia com um resultado errado que pode vir a atrapalhar a sua vida. Além disso, definir bem qual é a situação é fundamental para que o profissional possa dar o melhor auxílio possível.

História, duração e intensidade dos sintomas

Durante os dois anos de observação, o paciente precisa apresentar os diferentes episódios de ânimo citados. Porém, vale apontar que essa regra é diferente para crianças e adolescentes. Nesses casos, o tempo observado é de apenas um ano.

É importante que o paciente tente identificar a duração e a intensidade dos sintomas, caso ele se enquadre em episódios de mania ou episódios de depressão. Assim ele não mais será diagnosticado com ciclotimia, mas sim, com o Transtorno Bipolar.

Além disso, o histórico da família pode ter um grande impacto nessa avaliação. Isso se deve ao fato de que, em muitos casos de pacientes com ciclotimia, existem pessoas na sua família que sofreram de bipolaridade ou algum outro transtorno parecido.

Isso, inclusive, indica que a ciclotimia pode ter algum fator hereditário envolvido. Por isso, saber de casos afins pode vir a ser de grande valia para quem estiver cuidando do paciente.

Hipomania crônica

Como o próprio modo já diz, é um tipo que aparece com certa frequência. Os sintomas da hipomania crônica podem diminuir a vontade que a pessoa tem de dormir, além de aumentar muito a autoconfiança e a energia.

Isso até pode ajudar a pessoa a ter uma vida agitada e realizar muitas atividades no dia. Porém, na maior parte dos casos, esses sintomas levam à falta de concentração, de estabilidade, de controle e costuma afetar as relações da pessoa, seja com a família, com um parceiro, no trabalho ou com amigos.

Por isso, é impreterível a busca por um psicoterapeuta e um psiquiatra para o devido acompanhamento e tratamento deste transtorno.

E se você precisa de ajuda para encontrar um psicólogo, dê uma chance pra nós. Com a nossa conversa inicial, você pode ser direcionado para o psicólogo da Eurekka mais adequado para o seu caso. Para saber mais, clique no banner abaixo.

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Como é o tratamento?

Antes de mais nada é importante apontar que, caso não seja tratada, a ciclotimia, em alguns casos, pode acabar por se transformar em um transtorno bipolar que, como foi dito acima, é mais grave e pesada para a vida de quem passa por ela.

Por isso, é muito importante procurar tratamentos para a ciclotimia o quanto antes, e manter uma consistência neste tratamento, sem abandoná-lo antes do aval do médico especialista.

Estabilizadores de humor

Nem sempre é preciso o uso de medicamentos para resolver a situção. Isso vai depender de cada caso e de quanto a pessoa vem sendo afetada.

O uso de estabilizadores de humor, como o lítio, podem ser recomendados quando há muito comprometimento funcional do indivíduo, visando aos benefícios nas relações sociais e na escola ou no trabalho.

O remédio e a dosagem devem sempre ser feitos por um médico psiquiatra, após diagnóstico e avaliação. Nunca se automedique.

Psicoterapia

A psicoterapia é essencial para ajudar o paciente ciclotímico a lidar com suas mudanças de humor e, principalmente, com as mudanças de ânimo.

Além disso, o psicólogo tem o treinamento para te ajudar, além de outros fatores, com a aceitação e a autocompaixão, dois quesitos muito importantes em casos de transtornos de humor.

As mulheres tendem a procurar ajuda psicológica antes dos homens, por isso, é importante disseminar a necessidade da terapia com amigos e amigas, para que todos tenham oportunidades iguais de restaurar a paz interior e as relações sociais.

imagem de duas cabeças se contrapondo simulando ciclotimia

4 dicas para conviver com a Ciclotimia

A ciclotimia não tem cura. Por isso, além dos tratamentos citados acima, existem mudanças que podem ser feitas na rotina para que o paciente tenha uma vida mais livre.

1. Faça terapia

Conviver com a Ciclotimia exige muita educação emocional e psicológica, para lidar com as guinadas violentas que o emocional sofre.

Por isso, os terapeutas são muito relevantes no tratamento ciclotímico, ainda mais para quem não deseja tomar medicamentos continuamente.

2. Entre em contato com outras pessoas ciclotímicas

Falar com pessoas que entendem a sua história e suas dificuldades ajuda a elevar o sentimento de normalidade e aceitação, fazendo com que o ciclotímico sinta menos exclusão e culpa — afinal, não é culpa dele, e não há como lutar contra isso.

3. Encontre um trabalho flexível

Um emprego no ramo das artes, por exemplo, costuma ser muito mais compreensível com pessoas ciclotímicas do que alguns empregos tradicionais e rígidos. Como os ciclotímicos costumam ter muita criatividade e um dom para expressar isso por meio das artes, este tipo de trabalho pode ser bem vindo.

Dentro dos empregos mais tradicionais, a procura por um horário flexível já ajuda muito a controlar as mudanças de humor, já que a rotina seria mais movimentada e diferenciada, evitando o tédio e proporcionando agitação.

4. Converse com seu círculo social sobre o transtorno.

Além de identificar o transtorno, é importante compartilhar informações sobre ele com as pessoas que convivem com a pessoa ciclotímica. 

Por dois motivos: primeiro, para que as pessoas entendam melhor o que você está passando e, assim, sejam mais pacientes e compreensíveis, ajudando para que a irritabilidade não se torne constante.

Segundo, porque, como já foi dito, é possível que outras pessoas ao seu redor também desenvolvam a ciclotimia, necessitando de acompanhamento psiquiátrico.

Mesmo que não cheguem a desenvolver o transtorno de humor, com certeza essas pessoas também são afetadas pelas oscilações causadas pela ciclotimia do paciente diagnosticado, e a terapia também servirá para aumentar a compreensão delas.

sede eurekka

Terapia da Eurekka para a ciclotimia

A Eurekka conta com psicólogos especializados e humanizados. O espaço da terapia não permite julgamentos ou conselhos. Na verdade, é um momento para aprender mais sobre si mesmo e sobre seus limites, além de aprender técnicas para lidar com as questões que mais afetam o seu dia a dia.

Por isso, a terapia tem forte indicação para controlar as mudanças de humor. Assim, por meio de lições e mudanças que podem ser simples, em alguns casos, o cotidiano de quem tem ciclotimia pode ser muito mais leve e fácil. Clique aqui para saber mais sobre a terapia Eurekka e agendar sua conversa inicial.

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Equipe Eurekka

3 replies on “Ciclotimia: o que é, sintomas e melhores tratamentos”

ótimo artigo,

a maioria dos psiquiatras não buscam categorizar a ciclotima. Ou você é bipolar 1 e 2 ou não é.
Não conseguem ver essa “nuância”. Parabéns!

Roberto, obrigado pelo elogio.

Continue nos acompanhando.

Abraços,

Erick da Equipe Eurekka

Roberto, obrigado pelo elogio.

Continue nos acompanhando, Roberto.

Abraços,

Erick da Equipe Eurekka

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