Caxumba: sintomas, transmissão e tratamentos

Sara Alves

Não é de hoje que a aglomeração de pessoas causa a transmissão de vírus causadores de doenças. Entre essas doenças virais está a caxumba, também conhecida como papeira ou parotidite.

A seguir, vamos esclarecer vários mitos e verdades sobre essa doença.

criança com caxumba

O que é caxumba ou papeira?

A caxumba é uma doença viral aguda, causada pelo vírus Paramyxovirus. Ela ocorre em todo mundo, e, de forma geral, surge sob forma endêmica ou surtos. Além disso, é mais comum em crianças e adolescente. Contudo, pode dar em pessoas em qualquer idade. De forma geral, tem evolução benigna, mas, em alguns casos raros, pode evoluir com complicações que precisam de internação.

O que a caxumba pode causar?

A caxumba causa a infecção das glândulas salivares, de forma principal, das glândulas parótidas (que ficam na lateral da face). Além disso, podem chegar nas submandibulares e sublinguais. Ademais, existem alguns casos raros de infecções em outros órgãos e sistemas do corpo.

Transmissão: caxumba é contagiosa? Como se pega caxumba?

A caxumba é muito contagiosa. O vírus se dissemina por transmissão direta, através de secreções respiratórias e saliva. Você pode contrair caxumba por entrar em contato com gotículas de saliva e secreções de pessoas infectadas espalhadas no ar, pela tosse ou pelo espirro. Ou, ainda, pode ocorrer a transmissão indireta, por compartilhar objetos e utensílios como talheres, xícaras e copos.

Quantas vezes pode pegar caxumba?

Como regra geral, se pega caxumba só uma vez na vida, pois, se você se infectar pela caxumba, você cria imunidade contra a doença. Entretanto, o assunto ainda é controverso e há registros de reinfecção.

menina com dor

Sintomas da caxumba

Algumas pessoas infectadas pelo vírus podem ser assintomáticas, ou seja, não ter nenhum sinal ou sintoma. Além disso, pode ter só sintomas leves, que podem passar despercebidos.

Entretanto, é comum que os sintomas da infecção viral surjam, sendo o principal deles o inchaço das glândulas salivares. Isso faz o rosto ficar maior e mais redondo, como uma bola. Além disso, como temos duas glândulas parótidas (uma de cada lado do rosto), esse inchaço pode ocorrer em um ou nos dois lados. Ou ainda, ocorrer, de início, em um dos lados do rosto e, depois, chegar o outro também.

O inchaço na face e pescoço é, inclusive, o sintoma que se usa no diagnóstico diferencial da caxumba. Isso porque os outros sintomas são comuns e se sobrepõem aos de várias infecções, como dengue e gripe.

Outros sintomas incluem:

  • Dor para mastigar e engolir
  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dor muscular
  • Fraqueza e fadiga
  • Perda de apetite

Quanto tempo duram os sintomas da caxumba?

Há um período de incubação de 2-3 semanas antes de a pessoa infectada começar a ter os sintomas. Além do mais, cerca de 3 dias antes dos sintomas surgirem, a pessoa já pode estar transmitindo o vírus para outras pessoas. Após o início dos sintomas, o infectado fica contagioso entre 7 e 10 dias.

Os sintomas vão desaparecendo aos poucos, sem você ter de fazer nada. Além disso, desaparecem à medida que você os trata com remédio. A febre se mantém por um período entre 24h e 72h. O inchaço das glândulas salivares, por sua vez, dura de cinco a sete dias.

Fatores de risco

A caxumba é mais comum em crianças e não à toa que se figura entre as “doenças comuns da infância”. A faixa etária dos 5 aos 16 anos, idade escolar, é a que mais sofre com essa doença. Isso se deve, em grande parte, ao contato que ocorre nas escolas, que favorece o contágio. Além disso, a falta da dose de reforço da vacina em muitas das crianças também ajuda a piorar a situação.

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Diagnóstico: como saber se estou com caxumba ou não?

Para saber se está com caxumba, deve-se ficar atento, em especial à presença de inchaço e dor nas glândulas salivares. O diagnóstico da caxumba é quase cem por cento clínico. O histórico do paciente, porém, também pode levar ao diagnóstico. Se teve, por exemplo, contato com alguém que se infectou antes; ou, ainda, se souber de algum surto na região onde a pessoa mora.

Buscando ajuda médica

Quando suspeitar de caxumba, a pessoa deve, na mesma hora, buscar um médico para fazer o diagnóstico e orientar como a pessoa deve se tratar.

É vital que, ao marcar a consulta, o paciente avise o médico caso já suspeite de caxumba. Pois, deste modo, ele pode organizar a agenda e o atendimento para que ocorra de modo seguro, reduzindo as chances de espalhar o vírus na sala de espera. Além disso, é melhor o paciente se isolar do contato com quaisquer pessoas para evitar a propagação do vírus.

Exames

Os exames laboratoriais não são necessários para o diagnóstico, porém, recomenda-se muito para o médico acompanhar melhor. Pode ser feita a detecção de anticorpos no sangue através de exames de sorologia, detecção do vírus por cultura, ou ainda, por reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR).

Tratamento da caxumba

Não existe um tratamento específico contra o vírus da caxumba. O que ocorre é tratar os sintomas e dar suporte ao paciente.

Cuidados importantes para recuperação

Em primeiro lugar, o paciente deve se isolar para evitar disseminar o vírus.

O médico indica, então, repouso absoluto e dieta leve para reduzir a dor pela mastigação. Por sua vez, você deve se hidratar cada vez mais. Contudo, você deve evitar os alimentos ácidos, pois estimulam muito a salivação.

Medicamentos

Sintomas como dor e febre se tratam com remédio analgésico e antitérmico. Além disso, as complicações se tratam de maneira específica, de acordo com cada caso.

dor de cabeça

Complicações possíveis

As complicações da caxumba são raras. Contudo, pode se tornar algo sério. No geral, envolvem a inflamação e o inchaço em outros órgãos do corpo. Assim, podem causar inflamações como:

Orquite – inflamação de um ou dos dois testículos: acomete homens em idade pós-puberal. Há chances de esterilidade, porém, é raríssimo, já que é muito incomum os dois testículos se afetarem de forma tão séria a ponto de causar esterilidade total.

Ooforite – inflamação dos ovários. Acomete mulheres que já alcançaram a idade reprodutiva. Além disso, pode, em casos raros, causar infertilidade.

Mastite – inflamação do tecido mamário. Além disso, acomete mulheres que já chegaram à puberdade.

Encefalite – inflamação do cérebro: pode levar a problemas neurológicos permanentes e se tornar fatal.

Meningite – inflamação das membranas ao redor do cérebro e da medula espinhal. Pode ocorrer se o vírus atingir a corrente sanguínea e infectar o sistema nervoso central.

Pancreatite – inflamação do pâncreas: causa dor na parte superior do abdômen além de náusea e vômito.

Também raras, outras possíveis complicações são:

Perda da audição: pode ocorrer em um ou nos dois ouvidos.

Problemas cardíacos: já se descreveu a caxumba ligada com batimentos cardíacos anormais e problemas no músculo cardíaco.

Aborto: o vírus pode causar complicações ao feto se contraído durante a gravidez, em especial, nos três primeiros meses de gestação. Além disso, pode levar ao aborto espontâneo.

vacina contra caxumba

Prevenção da caxumba: cuidados e vacinas

O melhor jeito de prevenir a caxumba é através da vacinação. Portanto, fazem a vacina contra caxumba com o vírus atenuado. Além disso, tem boa eficácia.

Vacina tríplice viral

A vacina tríplice viral traz proteção contra a caxumba, o sarampo e a rubéola. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), você deve receber a primeira dose com 1 ano de idade e o reforço ocorre entre 15 meses e 2 anos. Ademais, podem fazer imunização contra a caxumba pela vacina tetra viral, o que inclui, neste caso, proteção à varicela.

Por fim, os adultos não vacinados, ou que não souberem se já tomaram a vacina, devem tomar 2 doses, com intervalo de 1 mês entre elas. Por outro lado, não se indicada a vacina para gestantes e imunodeprimidos.

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