Carência: como deixar de ser uma pessoa tão carente?
Eurekka Psicólogos
É normal que pessoas precisem estar em contato com outras pessoas para manter um bom nível de saúde mental. Afinal, o isolamento pode fazer muito mal. Mesmo assim, se essa carência de contato está em níveis muito elevados, existe um problema.
Esta é uma pergunta que a Eurekka recebe muito: como ter menos carência? Como precisar menos das pessoas que eu amo?
Se você se pega fazendo essas perguntas, este artigo é para você! Vamos ver quais os sintomas que a carência afetiva gera e como se livrar deste hábito que pode ser prejudicial para o seu bem estar.
Índice
O que é carência?
A palavra carência significa falta de algo. A carência, então, nada mais é do que o sentimento de faltar algo, de estar privado de alguma coisa ou de alguém. Ou seja, você pode sentir carência de comida, de sono, de amor, etc.
Sendo assim, a carência afetiva é a falta que você sente de afeto e carinho. Desse modo, ser uma pessoa com carência afetiva significa ter uma necessidade amorosa que precisa ser preenchida.
Por que sentimos carência?
A carência, num nível saudável, surge quando sentimos a necessidade de afeto e carinho. É completamente comum, afinal estamos acostumados a viver em sociedade, com uma certa quantidade de pessoas queridas ao nosso redor.
Em tempos de pandemia e isolamento social, por exemplo, é de se esperar que estejamos carentes, necessitados de abraços e conversas com pessoas queridas. Essa necessidade de carinho, de ajuda e suporte, ainda mais em momentos difíceis da vida é saudável e faz bem.
Mas, como todas as outras coisas da vida, é preciso equilíbrio. Nós precisamos de apoio, mas também devemos ser capazes de lidar com os problemas por conta própria. Então, a carência afetiva em um nível exagerado vai trazer problemas em uma relação, seja ela qual for.
Quais são os sintomas da carência afetiva?
Apesar de não ser considerada uma doença, podemos avaliar as características de uma pessoa carente como sintomas.
Afinal, o sintoma é qualquer alteração na percepção que uma pessoa tem do seu corpo, ou de suas sensações, e, como você verá a seguir, muitos destes “sintomas” realmente distorcem a percepção de realidade da pessoa que sofre de excesso de carência afetiva.
Submissão extrema
Quando se está carente, existe uma tendência da pessoa se relacionar com alguém apenas para preencher essa lacuna, sem prestar atenção aos sinais de alerta. Portanto, isso pode causar, a longo prazo, relacionamentos controladores e/ou abusivos, só para ter alguém ao lado.
Acha que pode estar vivendo um relacionamento abusivo? Então faça o teste abaixo para tirar a dúvida!
Medo de desagradar
A pessoa com carência afetiva em excesso tem muito medo de ser abandonada e perder “a fonte de amor” que ela tem. Por isso, ela se preocupa demais com não estar fazendo algo certo e de não estar, de modo constante, agradando o parceiro. Entretanto, é importante lembrar que o parceiro é uma pessoa, e você é outra, com seus próprios interesses, vontades e necessidades.
Felicidade que depende de outra pessoa
Este talvez seja o modo mais escondido de carência afetiva. Pode ser difícil de identificar, logo de primeira, se a pessoa é feliz por si mesma ou se depende de outra pessoa para isso. Para pessoas com carência emocional, é muito comum que os seus sentimentos estejam ligados diretamente ao outro, ou seja, ela não é capaz de se sentir feliz sem que essa pessoa esteja por perto.
Despejar a responsabilidade dos seus sentimentos na outra pessoa é uma atitude tóxica e que deve ser evitada, afinal, você é a única pessoa responsável pelo que sente.
Muito ciúmes
O ciúmes aparece aliado à carência porque ele te dá a falsa impressão de que, ao controlar a pessoa, você não tem chances de perder este relacionamento. Essa é a mais uma mentira que o ciúmes te conta. A Eurekka sempre diz para vocês que o ciúmes mais atrapalha do que ajuda em uma relação e que isso não é capaz de manter a pessoa na relação, muito pelo contrário.
Vive em função dos sonhos de outra pessoa
Sua felicidade depende da outra pessoa e do seu medo de desagradá-la. Assim, você passa a viver apenas pelo que a outra pessoa quer e precisa, esquecendo dos seus próprios desejos e necessidades.
Colocar todos esses traços individuais em outra pessoa vai fazer você perder a sua própria essência, até chegar em um ponto onde você se conforma com tudo e não busca melhorar seu próprio futuro.
Medo da solidão
O medo da solidão é o causador da falta de amor próprio e do surgimento da submissão. Portanto, ao pensar na vida sem as pessoas que quer por perto, sem carinho, a pessoa fica paranoica e com medo de ficar sozinha para sempre.
Sentimento de infelicidade
Por não ter desejos e vontades atendidas, a pessoa com carência afetiva tem constante sentimento de infelicidade. Isso pode levar ela a um estado depressivo.
Isso pode acontecer também quando a pessoa não possui uma vida animada e ativa, com atividades que a façam sentir bem. Afinal, se ela precisa estar sempre com outra pessoa, é porque não tem outras coisas que goste de fazer sozinha.
Necessidade de chamar atenção
Por causa da necessidade de afeto, a pessoa carente costuma apresentar muito desejo por holofotes, por ter atenção e por ser ouvida. Dessa forma, não é para menos: a pessoa sente necessidade de carinho, atenção e compreensão.
7 dicas para deixar de ser uma pessoa muito carente
Agora que você já viu quão ruim pode ser para a sua saúde mental — e até mesmo física — manter hábitos de carência afetiva, veja o que você pode fazer para abandonar de vez esses comportamentos tóxicos e cultivar hábitos melhores para você e para os seus relacionamentos:
1. Reconheça o problema
Este é sempre o primeiro passo. Portanto, se você se identifica com os oito sintomas de carência afetiva que citamos acima, você pode se reconhecer como uma pessoa com carência afetiva. A partir disso, você pode ir atrás dos outros passos.
Afinal, não é possível resolver o problema se, antes disso, a pessoa não percebe que existe um problema.
2. Não se culpe
É bastante comum que as pessoas criem comportamentos que as prejudicam por causa da sua história de vida. Além disso, relacionamentos controladores, traumas e falta de autoconhecimento são motivos comuns para o surgimento da carência afetiva.
Você não tem culpa por isso ter acontecido, afinal, você não sabia que isso era um problema ou que poderia acontecer. O importante agora, mais do que se sentir culpado, é buscar mudar suas atitudes para resolver o problema e ter relações mais saudáveis.
3. Aprenda a gostar da sua própria companhia
Amor próprio e autocuidado são caminhos que sempre incentivamos na Eurekka! A sua própria companhia com certeza é deliciosa, você só precisa aprender a gostar de si mesmo. Ficar o dia inteiro grudado com outra pessoa demonstra falta de maturidade e, além disso, sobrecarrega o outro.
Afinal, cada um de vocês deve ter tarefas e coisas individuais que gostam ou precisam fazer, e não é possível fazer tudo junto. Desse modo, descubra o que você gosta de fazer quando está sozinho, como dançar ou ouvir músicas diferentes. Cada um precisa do seu tempo.
4. Desenvolva o autocuidado
Assistir um filme sozinho, fazer uma comida diferente para si mesmo, cuidar do seu corpo, ler um livro, ir sozinho para um parque… Todas essas são ações de autocuidado que independem de ocasião ou tempo!
Presenteie-se e torne isso um hábito, para que você curta cada vez mais a sua companhia.
5. Pratique o autoconhecimento
Descobrir o que você mais gosta quando está sozinho já é uma forma de se autoconhecer. Procure, também, praticar a escrita terapêutica, a meditação ou a yoga. Todas essas são práticas que promovem reflexão e busca por respostas.
Você vai ver como essas atitudes vão te reconectar a si mesmo e ajudar na extinção da carência afetiva.
6. Aprenda a confiar em si e no outro
Você não precisa estar grudado com a pessoa ou satisfazer todas as vontades dela para que vocês mantenham uma relação boa. Confie na relação saudável de vocês e, principalmente, confie nas suas qualidades para manter essa relação.
Portanto, a pessoa que realmente é sua amiga ou parceira vai estar com você pela sua essência, e não por você fazer tudo que ela quer. Isso é uma amizade saudável.
7. Faça terapia
Por fim, a terapia auxilia na criação de um vínculo mais forte com você mesmo e na prática do autoconhecimento e da autoconfiança. Por isso, é muito útil relacionar as práticas caseiras com a terapia — afinal, os psicólogos sabem lidar com as nossas emoções e nossas histórias melhor do que nós mesmos. Afinal, é para isso que eles se profissionalizaram.
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10 replies on “Carência: como deixar de ser uma pessoa tão carente?”
Em resposta à Michele
Eu sou muito novo, tenho 15 anos, mas acho que infelizmente o ser humano em sua essência é desapegado, não é monogâmico se é que me entende. Acho que só se houver muita insistência e resiliência um relacionamento amoroso afetivo consegue durar de verdade. Eu estou/estive em um relacionamento com uma menina da minha escola que é bem assim, ela inclusive no começo perguntou-me se o relacionamento poderia ser o famoso “sem compromisso”, e ela não se importa em falar sobre outros meninos na minha frente, elogiando o shape ou elogiando de modo geral, e isso é muito frequente. Foi/é o meu primeiro relacionamento amoroso, foi com ela que eu perdi meu bv e bvl. Eu tentei muito relevar essa situação e aceitar, mas parece que é da minha personalidade não conseguir. Eu estava usando passado e presente ao mesmo tempo porque nós não oficializamos nenhum término, e a gente ainda se beija de vez em quando, mas eu de verdade não me sinto feliz perto dela, e muito carente. Outra coisa: meu pai na sua adolescência e juventude foi aquele cara que ficava com todas e passava o rodo em geral, aí eu fico com esse pensamento de fazer o mesmo e não ligar, mas eu simplesmente não consigo. Se for pra se relacionar afetivamente, tem que ser com fidelidade e honestidade, na minha perspectiva. Acho que durante essa história que eu contei, deu pra perceber a ambiguidade na qual vivo. Eu fico entre a ideia de que ficar com várias pessoas é razoável e a ideia de que o certo mesmo é ficar com apenas uma pessoa por vez. A partir de agora, vou focar mais em mim mesmo, sem estar preso a alguém pra poder ser feliz. No seu caso, acho que você deveria começar a se autoconhecer, no sentido de encontrar hobbies e fazer o que gosta, sem depender dessa pessoa pra ser feliz. Tire um tempo pra treinar seu físico e sua mente, melhore sua autoconfiança. Acredito, como o criador do post, que o amor próprio (no sentido de cuidar da sua aparência, saúde, mente, entre outras coisas) vem primeiro, antes de amar alguém de verdade, sem se humilhar. Porque como o autor disse, muitas das vezes uma autoestima fragilizada a leva a relacionamentos abusivos. Não que você deva ser um narcisista, mas não negligencie você mesmo pra agradar os outros, quando você é prejudicada.
Tem um pensamento que me dá esperança em dias difíceis – pense em ser a melhor versão de si mesmo para mudar o mundo para melhor, para como você quer que ele seja. Seja forte para engrandecer os fracos e bons. Não se renda ao que há de ruim no mundo, lute para vencê-lo.
Eu sou muito novo, tenho 15 anos, mas acho que infelizmente o ser humano em sua essência é desapegado, não é monogâmico se é que me entende. Acho que só se houver muita insistência e resiliência um relacionamento amoroso afetivo consegue durar de verdade. Eu estou/estive em um relacionamento com uma menina da minha escola que é bem assim, ela inclusive no começo perguntou-me se o relacionamento poderia ser o famoso “sem compromisso”, e ela não se importa em falar sobre outros meninos na minha frente, elogiando o shape ou elogiando de modo geral, e isso é muito frequente. Foi/é o meu primeiro relacionamento amoroso, foi com ela que eu perdi meu bv e bvl. Eu tentei muito relevar essa situação e aceitar, mas parece que é da minha personalidade não conseguir. Eu estava usando passado e presente ao mesmo tempo porque nós não oficializamos nenhum término, e a gente ainda se beija de vez em quando, mas eu de verdade não me sinto feliz perto dela, e muito carente. Outra coisa: meu pai na sua adolescência e juventude foi aquele cara que ficava com todas e passava o rodo em geral, aí eu fico com esse pensamento de fazer o mesmo e não ligar, mas eu simplesmente não consigo. Se for pra se relacionar afetivamente, tem que ser com fidelidade e honestidade, na minha perspectiva. Acho que durante essa história que eu contei, deu pra perceber a ambiguidade na qual vivo. Eu fico entre a ideia de que ficar com várias pessoas é razoável e a ideia de que o certo mesmo é ficar com apenas uma pessoa por vez. A partir de agora, vou focar mais em mim mesmo, sem estar preso a alguém pra poder ser feliz. No seu caso, acho que você deveria começar a se autoconhecer, no sentido de encontrar hobbies e fazer o que gosta, sem depender dessa pessoa pra ser feliz. Tire um tempo pra treinar seu físico e sua mente, melhore sua autoconfiança. Acredito, como o criador do post, que o amor próprio (no sentido de cuidar da sua aparência, saúde, mente, entre outras coisas) vem primeiro, antes de amar alguém de verdade, sem se humilhar. Porque como o autor disse, muitas das vezes uma autoestima fragilizada a leva a relacionamentos abusivos. Não que você deva ser um narcisista, mas não negligencie você mesmo pra agradar os outros, quando você é prejudicada.
Tem um pensamento que me dá esperança em dias difíceis – pense em ser a melhor versão de si mesmo para mudar o mundo para melhor, para como você quer que ele seja. Seja forte para engrandecer os fracos e bons. Não se renda ao que há de ruim no mundo, lute para vencê-lo.
Atualmente sinto essa carência, falta de atenção e afeto. Busco isso em pessoa ao sair,mas quando retorno a minha vida pessoal sinto um vazio. É como se estivesse sozinha e minha própria companhia não fosse tão boa. Atualmente estudo e trabalho mais muitas das vzs me sinto não realizada nisso tbm.
Ei, Edi.
Sentimos muito por isso, parece que suas emoções e sentimentos estão realmente bagunçados e você anda bem pra baixo, né? Por aqui, nós recomendamos muito que você converse com um psicólogo sobre isso e comece já a receber o amparo necessário. Assim, você começa logo a ver uma melhora nessa sensação de vazio e a se sentir mais feliz em todas as áreas da vida.
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Espero te encontrar por aqui,
Abraços,
Gabi da Equipe Eurekka
As vezes me sinto careta em ter essa necessidade em receber um pouco de atenção ou afeto… Me acho dependente emocional por falta de carinho, atenção ou de ser ouvida.
Mas reflito e também enxergo que o mundo está diferente, desapegado, as pessoas não demonstram mais seus sentimentos, não amam, si querem curtir ou receber algo em troca a troco de nada…
Eu não queria ser apegada com meu cônjuge. Não me acho doente, entendo perfeitamente que ninguem Fica pra sempre, mas como gostaria… Prefiro uma verdade dolorosa que uma mentira pra me agradar.
Sabe sempre tenho dúvida dos sentimentos dele por mim… Não quero ser passa tempo pra ninguém, eu sou verdadeira e gostaria de viver a verdade.
Tenho medo sim de ser decepcionada e fico me treinando pra isso para minha proteção do meu estado de espírito. Não quero me abalar.
Eu prefiria estar só que ser enganada ou viver uma mentira.
Super concordo com o Asperger
Só escreveu verdades
As vezes a pessoa é um pouco carente porque o amor foi negado à ela pelos pais, pelos amigos, e ela pode desenvolver sim amor próprio até com um meio de sobrevivência e ainda sim querer amar e ser amada por outro alguém, acho normal e é o meu caso… Eu atraio narcisistas e psicopatas não sei porque e eu me amo muito!Ficar sozinho as vezes é bom mas prezo por uma boa companhia o problema é que a maioria das pessoas querem jogar ao em vez de se envolver de verdade e isso é egoísmo e burrice na minha opinião, quanto mais se infla o ego menos se tem amor…
Penso igual asperger
Se formos esperar sermos completamente perfeitos e plenos para buscar amor…vamos viver esperando ganhar ma loteria sem ter comprado o bilhete…tem que meter a cara pra aprender e buscando o autoconhecimento e autocuidado nos entremeio penso assim
Outra coisa: não queremos apenas o carinho físico como se fosse vindo de nossos pais, queremos ser DESEJADOS como homens ou mulheres que somos. Queremos ser desejados no sentido mais carnal da palavra, ao mesmo tempo em que somos amados. Não queremos apenas o carinho e o afeto, embora também o queiramos, queremos ser desejados no sentido carnal da coisa, e aí, como fica?
Negar relacionamentos afetivos a uma pessoa apenas porque ela não tem amor próprio é como negar moradia a uma pessoa porque ela não tem dinheiro para comprar uma casa, recusando-se até mesmo a alugar uma casa para a pessoa, mesmo ela tendo dinheiro para pagar o aluguel.
A casa é o abrigo para o corpo, e o amor carnal é o abrigo da alma. Assim como é desumano negar um, também é desumano negar o outro. Do que adianta se sensibilizar com os “sem teto” no sentido de moradia material, se veem uma pessoa carente de moradia no coração de outra pessoa e recusam abrigo?
O problema é que, hoje em dia, repetem por aí, como um mantra, que você só deve buscar um relacionamento caso tenha atingido o tal do amor próprio e que, se você não ama a si mesmo, não conseguirá amar o outro.
Tem gente que fecha portas de relacionamentos para com o outro por causa disso, por julgar que o outro é emocionalmente dependente, não é autoconfiante, que não se ama, etc.
Mas o que fazer então? Fazer um voto de abstinência de relacionamentos e não se envolver com ninguém até adquirir o tal do amor próprio? E quando você NUNCA teve UM relacionamento sequer, nem mesmo uma “ficada”, como é o meu caso?
Recusar relacionamento com uma pessoa, esperando que ela atinja o tal do amor próprio para só então buscar uma relação com alguém, é a mesma coisa que negar comida a um morador de rua até que consiga prover seu alimento por conta própria, porque ele não consegue alimentar nem a si mesmo, que dirá os outros. Seria como negar alimento a uma pessoa assim até que ela tivesse condições de prover seu alimento por conta própria, por exemplo.