Behaviorismo: O que é? GUIA COMPLETO de psicologia
Laura Andrelynne Durans Duarte
A psicologia é uma ciência que está cada vez mais presente no dia a dia. Mas você sabia que, dentro da psicologia, existem diferentes formas de se entender o ser humano? E o behaviorismo é uma delas.
Nós sabemos que pode ser difícil entender onde cada abordagem da psicológica se encaixa. E, por isso, hoje vamos te ajudar a entender de uma vez por todas o que é o behaviorismo.
Então, leia esse texto até o final e descubra tudo o que precisa saber sobre esse tema – e deixe um comentário com o ponto que mais te interessou!
Índice
O que é Behaviorismo?
Behaviorismo é uma palavra que deriva de “behavior”, que em inglês, significa “comportamento”. Enquanto isso, “ismo” no latim significa “fenômeno”. Sendo assim, essa é a ciência que estuda o comportamento, através do experimento empírico. Ou seja, não através de questões subjetivas e apenas teóricas, mas sim a partir da observação.
A origem da teoria behaviorista se encontra no século XX e, de lá pra cá, ela cresceu e se consolidou. E, nesse texto, vamos conhecer os seus principais conceitos, teorias e influências nos dias atuais.
Qual a ideia central da teoria Behaviorista?
Para essa teoria, o Comportamento é tudo que o ser humano produz. Baseado nisso, ela foca no estudo e análise de ações observáveis e das suas relações com o mundo ao nosso redor.
E as causas e consequências dessas ações também possuem muita importância para o conceito de condicionamento, que é central no Behaviorismo (e veremos a definição mais à frente).
Origem e história do Behaviorismo
John B. Watson, psicólogo americano, criou a teoria do Behaviorismo no início do século XX com influências de pesquisadores como Ivan Pavlov. Mas, apesar de Watson ter sido o criador de tal teoria, sua vertente não é a mais conhecida e utilizada nos dias de hoje.
Em oposição ao Behaviorismo de Watson, chamado de Metodológico, surgiu na década de 40 uma nova visão criada por B. F. Skinner, chamada de Behaviorismo Radical. E essa sim é a mais forte nos dias de hoje.
Conceitos e tipos de Behaviorismo
Deu para perceber, por essa breve história, que essa é uma ciência com ideias variadas, não é? Então, agora vamos conhecer mais a fundo essas “escolas” do Behaviorismo e entender como elas contribuiram para a ciência do comportamento que se conhece hoje.
Condicionamento
O conceito de condicionamento ficou conhecido através dos estudos do fisiologista Ivan Pavlov (o mesmo que inspirou os primeiros trabalhos de Watson).
Pavlov percebeu, a partir dos seus experimentos com cães, que os seres vivos já nascem com alguns reflexos inatos, ou seja, com certas respostas à determinadas situações. No caso dos seus estudos, viu que um cão iria salivar sempre que visse comida.
A ideia de condicionamento envolve manipular e mexer nessas respostas de um jeito que o comportamento vai sendo moldado de acordo com a vontade do pesquisador ou do psicólogo.
Behaviorismo Metodológico ou Clássico
Fundado por John Watson no início do século XX, esse foi o ponto de partida do Behaviorismo.
Essa abordagem surgiu com a ideia de que o comportamento pode ser previsto e controlado a partir de estímulos. Desse modo, todos os estudos eram baseados em observação e experimentos.
Um ponto característico dessa vertente, e essencial para que Skinner, fundador do behaviorismo radical, se opusesse a essa teoria, era o fato de que Watson não considerava os pensamentos, sentimentos e emoções nas suas análises.
Ou seja, ele ignorava grande parte do que constitui o ser humano por focar apenas no que era observável.
Behaviorismo Filosófico
Essa linha consiste em uma teoria que estuda o sentido e a semântica dos conceitos e das estruturas cognitivas. Se baseia nos estudos dos filósofos Ludwig Wittgenstein e Gilbert Ryle, e defende que a concepção de estado mental ou disposição mental é, na realidade, a concepção de disposição comportamental ou tendências comportamentais.
Para exemplificar: ao afirmar que “Bia está com frio”, a afirmação está associada à percepção do que está acontecendo na mente de Bia.
Se pode analisar, no entanto, algumas ações que tornariam essa frase uma verdade. Bia, ao sentir frio, colocaria uma blusa, por exemplo, ou tomaria um chocolate quente para se esquentar.
Condicionamento clássico
É um conceito ligado ao Behaviorismo Metodológico (Clássico), aquele de Watson, lembra? E esse conceito afirma que a mudança de ações ocorre pela mudança do meio externo.
Para que você possa entender o que ele significa na prática, trouxemos a seguir dois experimentos que deixam bem claro como esse conceito age.
O cão de Pavlov
Aqui, Pavlov treinou cães para que eles salivassem mesmo que a comida não estivesse por perto. E, para isso, Pavlov tocava um sino toda vez que dava comida aos cães.
Com o passar do tempo, eles começaram a notar que o sino e a comida estavam associados, uma vez que sempre apareciam juntos.
Assim, ao tocar o sino, mas sem apresentar a comida, os cães salivavam ao ouvir o som, mesmo que o alimento ainda não estivesse ali. Pois, os animais relacionaram o som do sino com a hora de comer!
Dessa forma, o cientista concluiu que é possível treinar e associar reflexos inatos à novos estímulos (no caso do estudo, o sino).
O pequeno Albert
John B. Watson realizou outro experimento quando Albert, um bebê de 9 meses, foi exposto a um rato branco e outros animais peludos, como um coelho e um cachorro, um algodão, lã, e outras coisas que não o assustavam.
Depois, o bebê foi colocado para brincar com um rato, que a princípio não lhe causava medo. Mas neste caso, Watson fazia um barulho muito alto com um martelo, assustando Albert e o fazendo chorar, toda vez que ele brincava com o rato.
Depois de muitas repetições do barulho junto com o rato, o bebê passou a ter medo do rato mesmo sem o som.
No final, Albert passou a ter muito medo e ansiedade. Isso mostrou que o bebê havia aprendido a associar a sua resposta, o medo que sentia e o choro provocado, a outro estímulo que antes não lhe causava medo.
Behaviorismo Radical
Essa linha, criada por Skinner, não vê a teoria behaviorista como um campo de pesquisa experimental, mas como uma filosofia sobre o ser humano.
E ela surge em oposição às ideias de Watson, uma vez que Skinner irá defender que os comportamentos observáveis são apenas formas expressão daquilo que acontece em nossa mente. Por exemplo: se você não grita com uma pessoa que você não gosta, isso é resultado do seu autocontrole, o qual é gerado na mente.
Mas, vale lembrar que Skinner entendia e defendia a ideia de que tais processos, que acontecem na mente, devem ser estudados a partir de ações observáveis.
Skinner também dizia que emoções também são comportamentos e, por isso, não dão origem às nossas condutas. Uma vez que o meio externo afeta e influencia as nossas emoções.
Assim, para o Behaviorismo Radical, o que forma o comportamento, de verdade, são as consequências dos seus atos, sejam positivas ou negativas. Para ele, nosso modo de agir não vem do livre arbítrio, mas é moldado pelas consequências que virão se agirmos de certo modo.
Dessa forma, tais consequências, chamadas de reforço e punição, seriam as responsáveis por modelar nosso comportamento, mantendo ou diminuindo a frequência de certas ações a depender do contexto onde estamos inseridos.
Reforço e punição
Antes de mais nada, é importante entender que todo reforço é algo que vai aumentar as chances de um comportamento se repetir, enquanto uma punição tem o efeito inverso, ou seja, é o que vai garantir que uma ação não se repita.
As palavras “positivo” e “negativo”, aqui nessa teoria, não são “bom” e “ruim”. Elas possuem o sentido de adição ou subtração, como na matemática.
Reforço positivo
Um reforço é uma sensação boa após realizar uma certa ação. Ele pode ser positivo ou negativo.
Por exemplo, o reforço positivo significa que você “colocou” algo bom após uma ação. Você pode pensar na mãe que dá um chocolate ao seu filho quando ele tira uma nota boa. Ela “adicionou” aquela felicidade do chocolate e reforçou a ação do filho de ir bem no teste.
Reforço negativo
Por outro lado, o reforço negativo acontece quando você tira algo ruim, após uma determinada ação. De novo no caso da mãe e filho, seria como se ele não tivesse que lavar a louça naquela noite por ter ido bem na prova. Assim, a mãe “retirou” a louça que o menino não gosta de lavar.
Punição positiva
A punição, como o nome já antecipa, é uma consequência ruim de um comportamento. E, assim como o reforço, ela se divide em positiva e negativa.
A positiva ocorre quando acontece algo desagradável em resposta à algo que você fez como, por exemplo, o cheiro ruim que sobe de uma lata de lixo ao retirar a tampa.
Punição negativa
A punição negativa envolve tirar algo bom. Nesse caso, você pode imaginar o pai que deixa o filho de castigo por ter sido rude, “retirando” sua liberdade.
Condicionamento Operante
Essa é a base do Behaviorismo Radical de Skinner. E ela envolve o controle, criação ou extinção de comportamentos através de punições e reforços que vimos acima.
Ou seja, você recompensa um ato desejável, e pune um ato indesejado. Assim, o condicionamento opera pelas consequências que o ambiente fornece a cada comportamento.
A caixa de Skinner
Esse experimento de Skinner consistia em, antes de mais nada, colocar um rato dentro de uma caixa fechada com uma alavanca, e quando o rato interagia com a alavanca, recebia um reforço como água ou alimento.
O cientista escolhia o que o rato precisava fazer para receber o prêmio (chegar perto, tocar ou empurrar a barra, por exemplo).
Quando o rato realizava essas ações, o alimento era entregue a ele como uma recompensa. Skinner observou que o rato realizava mais vezes os movimentos com recompensa.
Assim, Skinner percebeu que era possível controlar e, até certo ponto, moldar o modo de agir dos ratos. Dessa forma, houve até mesmo a adaptação dessa ideia para seres humanos.
Qual a diferença entre condicionamento clássico e condicionamento operante?
A principal diferença entre o clássico e o operante está na origem da ação. Enquanto no clássico o comportamento é provocado por uma causa externa, no operante, o comportamento surge ao acaso e mantido por suas consequências.
Onde o Behaviorismo é utilizado hoje?
A psicologia atual possui muitas ligações com essa abordagem teórica, uma vez que até hoje ela é importante para a base de muitas práticas da psicologia.
Como possui foco sobre o comportamento humano, muitas instituições como escolas ou empresas usam ideias e práticas dessa psicologia do comportamento para poder manejar da melhor forma possível as pessoas envolvidas.
E essas atividades podem ser feitas através de um psicólogo que atue no local.
Terapia Behaviorista
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A partir disso, junto com o terapeuta, o paciente vai começar a entender quais ações são ruins e devem ser deixadas de lado. E também vai começar a perceber quais ações são boas e devem ser potencializadas.
Behaviorismo na educação
Você já deve ter percebido que essa teoria tem muito a ver com o aprendizado. Através das práticas e das análises, você pode entender melhor o mundo ao seu redor e, a partir disso, aprender novas formas de interagir com ele.
Foi com Skinner que essa teoria se aprofundou mais em questões ligadas à educação. Pois, o conceito de condicionamento operante poderia ser aplicado tanto pelos pais durante o pré-escolar quanto pelos professores nas salas de aula.
Skinner fazia muitas críticas às escolas. De acordo com ele, a forma como o reforço era praticado nas escolas não era o ideal.
Por exemplo, ao invés de punir aquele aluno que agia de maneira errada, o certo seria elogiar e incentivar os alunos mais comportados. Isso porque, como já foi comprovado, o reforço é muito mais forte e efetivo do que a punição.
Ele também afirmava que os alunos deveriam ser acompanhados de forma mais próxima pelo professor, de maneira que uma sala com 30 ou 40 alunos não era ideal.
Outro ponto é que feedback sobre as tarefas feitas pelos alunos deveria ser quase imediato, para que os alunos associassem tal consequência aos seus comportamentos e fizessem as mudanças necessárias de forma mais rápida e eficiente.
Além disso, Skinner afirmava que os professores não deveriam abusar da autoridade para estabelecer punições severas. Uma vez que, as consequências de punições como essas podem ser levadas para além da escola, impactando de modo significativo o desempenho do indivíduo na sociedade e até mesmo gerando traumas.
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