Autoeficácia e autoestima: como trabalhar na terapia

Equipe Eurekka

Na clínica, casos em que o paciente tem uma imagem distorcida de si mesmo são muitos comuns. Em grande parte das vezes, tendo como base crenças limitantes que resultam em ações disfuncionais. E é aí que entra a importância do terapeuta saber como trabalhar a autoeficácia e a autoestima nas sessões. 

Então, para te ajudar a desenvolver isso com o seu paciente, nós vamos falar, neste texto, sobre a demanda da autoestima, o conceito de autoeficácia, como ambos se complementam e, por fim, vamos dar 5 dicas práticas para realizar esse tratamento.

Boa leitura!

O que está por trás da demanda de autoestima?

Para iniciar da forma correta, primeiro é necessário entender o que o paciente quer dizer com “preciso aumentar a minha autoestima”. 

Esse cuidado é necessário, porque a expressão autoestima está em alta, e as pessoas usam ela para significar várias coisas diferentes.

No geral, quando essa demanda surge na clínica, esse conceito está ligado à ideia de gostar mais de si e/ou se sentir mais seguro das próprias capacidades, contudo esse significado pode variar.

Então, antes de tudo, quando essa questão surgir, alinhe com o caso do paciente para entender se essa definição é o que realmente se encaixa ou se ele está tentando dizer outra coisa. 

E outra questão muito importante é saber diferenciar a autoeficácia da autoestima e como trabalhar as duas de forma conjunta.

E é disso que vamos falar agora!

Qual a diferença entre autoeficácia e autoestima?

A autoestima é a percepção que a pessoa tem de si mesma. Já a autoeficácia é a convicção de uma pessoa de ser capaz de realizar uma tarefa específica.

Ou seja, enquanto a autoestima diz mais respeito à imagem que a pessoa tem de si, independentemente da situação, a autoeficácia diz respeito ao quanto a pessoa acredita que ela tem capacidade de realizar algo, como assumir uma nova responsabilidade no trabalho, viajar sozinho e por aí vai. 

A importância do senso de autoeficácia para desenvolver a autoestima

Como falamos na introdução, apesar de serem conceitos diferentes, a autoeficácia e a autoestima se complementam. Isso porque quando aumentamos a autoeficácia do paciente, a sua autoestima também tende a aumentar. 

E ao pensarmos no modelo de abordagem da Terapia Cognitivo Comportamental, fica muito claro o porquê disso acontecer!

Uma vez que acreditamos que as ações transformam o pensamento, fazer com que o paciente dê pequenos passos em direção ao seu objetivo irá fazer com que ele veja que é capaz de realizar o que quer/precisa (autoeficácia).

E uma vez que ele comprovou ser capaz, a partir de micropassos e microvitórias, a visão que ele tem de si mesmo irá mudar (autoestima). 

Interessante, não é mesmo?

Passo a passo para trabalhar a autoestima do paciente 

Agora que você já entendeu a importância e a conceituação da autoeficácia e autoestima, veja como aplicar tudo isso na sessão de terapia! 

1. Levar a psicoeducação sobre a autoeficácia e autoestima para o paciente 

O primeiro passo é ter a certeza de que você e o paciente estão na mesma página, esclarecendo conceitos e transformando as ideias soltas em uma linha de raciocínio.

Aqui, é importante psicoeducar o paciente, alinhando a expectativa dele para o tratamento — a autoestima virá de uma boa autoeficácia.

2. Entender como o paciente quer desenvolver autoestima

Para uma pessoa, a autoestima pode ser se portar de forma mais madura; para outra, pode ser se sentir melhor com seu corpo e por aí vai. Por isso, é importante que você sempre pergunte: “Se a sua autoestima fosse alta, como uma pessoa de fora perceberia isso?”.

A ideia é que o paciente liste atitudes observáveis, para você compreender quais ações serão necessárias para aumentar a autoestima.

Afinal, esse é o entendimento da Terapia Comportamental: a melhor forma de desenvolver autoestima é ajudando o paciente a evoluir nos comportamentos que o deixam inseguro.

3. Definir concretamente com o paciente o que seria uma melhora para a próxima sessão

Aqui entram as famosas atividades entre as sessões. Por exemplo, se o paciente sente que as pessoas o vêem como infantil e ele não consegue se portar como adulto, você pode sugerir que ele vista uma roupa mais séria para ir trabalhar e mantenha um comportamento educado, mas profissional.

Assim, você combina com ele que, se ele conseguir cumprir isso, será um passo a mais em direção à autoestima.

A ideia é que o progresso seja observável e não fiquemos só acompanhando algo subjetivo pois isso pode sabotar o paciente fazendo com que ele não perceba o avanço.

4. Elaborar, em conjunto, um plano detalhado de como isso vai acontecer

E, nesse ponto, temos o que você deve fazer sempre que passar uma tarefa de casa: combinar detalhadamente, prevendo possíveis obstáculos.

5. Analisar os resultados na próxima sessão

Na próxima sessão, você deve perguntar como foi a tarefa e analisar o que deu certo e o que deu errado, sempre retomando o que for necessário e/ou passando tarefas mais complexas se o paciente já estiver pronto para avançar ainda mais na direção que ele definiu.

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