Antibióticos: o guia completo para entender tudo sobre isso

Ana Caroline de França

Você, com certeza, já precisou fazer tratamento com antibióticos em algum momento da sua vida. Afinal, o uso desse tipo de medicamento é muito versátil.

Mas, será que os antibióticos são todos iguais? E o que acontece se você consumir álcool durante o tratamento? O anticoncepcional corta o efeito do antibiótico? As respostas dessas perguntas, e de muitas outras, você vai descobrir ao longo do texto. Acompanhe!

O que é antibiótico?

Se descobriu o primeiro antibiótico, por acidente, em 1928. O pesquisador Alexander Fleming contaminou sua amostra de bactérias com um fungo que começou a destruir a colônia e descobriu, assim, a penicilina.

Até hoje, se classifica como antibiótico os remédios que tratam infecções que as bactérias causam. Mas, atenção: só as infecções bacterianas são sensíveis a antibióticos. Caso você esteja tratando uma virose, por exemplo, você vai precisar de outro tipo de medicação, pois a causa das viroses são os vírus. 

Existem vários tipos de antibióticos, cada um de acordo com uma situação diferente. Veja a seguir.

Tipos de antibióticos

Os antibióticos podem matar por completo as bactérias (bactericidas) ou impedir que elas se reproduzam, dando oportunidade para que nosso corpo possa se proteger das que sobraram (bacteriostáticos).

Além desses grupos maiores, a classificação dos antibióticos é feita de acordo com sua estrutura química e mecanismos de ação

Naturais ou semissintéticos

O antibiótico é classificado como natural ou semissintético quando a substância que age contra a bactéria alvo vem de um composto natural, como um fungo. O exemplo mais famoso desse grupo é a penicilina.

A penicilina é uma substância liberada por fungos, que foi descoberta quando contaminou e matou uma cultura de bactérias no laboratório de Fleming. Hoje, a penicilina, em sua forma natural, já não tem mais efeito sobre muitas bactérias. Porém, ela ainda é útil no tratamento de algumas amigdalites e sífilis. Além disso, seus derivados, como a amoxicilina, ainda têm um uso bastante amplo. 

Sintéticos

Os antibióticos sintéticos têm origem em laboratório. Um exemplo desse grupo é o Norfloxacino (quinolona), usado no tratamento de algumas infecções urinárias.

tipos de antibióticos

Para que serve

Um antibiótico só age em infecções causadas por bactérias. Ou seja, caso você esteja passando por uma doença que um vírus gerou, ou qualquer outro tipo de microrganismo, o tratamento com antibiótico não é eficiente.

Assim, se precisa que o uso seja prescrito por um médico, pois para iniciar o tratamento, é provável que você precise fazer exames. Assim, o médico irá confirmar qual o melhor tipo de antibiótico para o seu caso, a melhor dosagem e tempo de uso.

Como o antibiótico age no corpo humano

De forma geral, qualquer antibiótico age contra bactérias sem prejudicar as outras células. Afinal, a intenção é atacar apenas o agente que causa a doença. 

O modo como esses remédios agem pode variar bastante. Alguns destroem a parede celular das bactérias, como se estivesse “estourando” o microrganismo. Enquanto outros agem direto na reprodução, evitando a multiplicação. Dessa forma, facilita o combate da doença através das células de defesa que já existem no corpo.

Em quanto tempo o antibiótico começa a fazer efeito?

Cada antibiótico tem suas características. Por isso, o tempo de ação depende da espécie da bactéria e da intensidade dos sintomas.

No geral, após 30 minutos, os antibióticos já começam a agir. O alívio dos sintomas pode começar após cerca de 48 horas. Contudo, é vital lembrar que a redução dos sintomas não significa que a infecção chegou ao fim. Porém, é vital seguir o tempo de tratamento prescrito.

antibióticos mais usados

Quais os antibióticos mais usados?

Um dos antibióticos mais antigos e com ação mais ampla é a penicilina e seus derivados, como a amoxicilina, ampicilina e cloxacilina. Vale lembrar que isso não significa que esses remédios são capazes de combater qualquer infecção bacteriana, pois algumas bactérias são sensíveis apenas a um tipo específico de medicamento.  

Nomes comerciais

Alguns nomes comerciais de antibióticos são Amoxil (Amoxicilina), Azi (Azitromicina) e Benzetacil (Benzilpenicilina benzatina).

Antibiótico para garganta

Para tratar amigdalite ou outras infecções bacterianas de garganta, é comum o uso de Amoxicilina e Azitromicina. 

Antibiótico para sinusite

Se a causa da sinusite são bactérias, o antibiótico mais receitados é a Doxiciclina. 

Bactérias mais resistentes a antibióticos

Se você usar o antibiótico de maneira incorreta, seja pela dosagem errada, por interromper o tratamento ou qualquer outro motivo, as bactérias se tornam resistentes. 

Isso significa que os microrganismos que são suscetíveis à ação do antibiótico já morreram, mas os resistentes vão continuar se multiplicando. Quando isso acontece com muita frequência, toda a espécie da bactéria em questão se torna resistente ao antibiótico.

Assim, nos dias de hoje, as bactérias que resistem a antibióticos com mais frequência são a Staphylococcus aureus, causadora de pneumonia e infecções de pele ou ossos, e a Escherichia coli, que habita o intestino humano de forma saudável de forma natural. Mas, o problema é quando ela é encontrada em outras regiões do corpo, podendo causar infecção urinária e até meningite

Contraindicações

Até aqui, você já aprendeu que os antibióticos têm a função de matar bactérias e pode estar se perguntando: “mas como esse tipo de medicamento sabe quais são as bactérias que estão presentes de forma natural no meu corpo? O que acontece se ele matar algumas delas?”

A resposta é que, algumas vezes, isso pode acontecer mesmo. Alguns antibióticos específicos precisam extinguir do seu organismo o excesso de bactérias que, em quantidade normal, seriam benéficas. 

Quando você toma o antibiótico sem prescrição médica, ou o que não é adequado para o seu tratamento, esse efeito é potencializado. Quando isso acontece, as bactérias afetadas pelo antibiótico têm grandes chances de ser as “erradas”.

Outro fato importante: algumas pessoas têm alergia a tipos específicos de antibióticos. Nestes casos, o médico avalia qual será a medicação substituta. 

Efeitos colaterais

Durante o tratamento com antibióticos, algumas pessoas apresentam distúrbios gástricos, ou intestinais, e diarreia. Isso pode acontecer devido a um possível desequilíbrio da flora natural do corpo. 

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Como funciona o tratamento com antibiótico

Quando tomamos um antibiótico, ele fica circulando por nossa corrente sanguínea. Ao encontrar a bactéria alvo, ele exerce ação contra ela. Por exemplo: quebrando sua parede celular ou evitando que ela se reproduza. 

Mesmo quando os sintomas já passaram, é crucial que o tratamento seja feito até o fim. Pois, ao contrário, as bactérias que sobraram podem se reproduzir e dar início a uma nova infecção, desta vez, com grande probabilidade de serem resistentes ao antibiótico. 

Quando o antibiótico não faz efeito?

Quando o tratamento é interrompido, sobram bactérias que se reproduzem e dão origem a uma nova infecção. E isso aumenta as chances dessa “nova linhagem” de bactérias ser resistente ao antibiótico utilizado. A interrupção do tratamento também pode fazer com que o antibiótico não atinja bactérias suficientes

Além disso, caso seja administrado um antibiótico não adequado à bactéria causadora da doença, ele também não fará efeito.

Anticoncepcional corta o efeito do antibiótico?

Alguns antibióticos podem cortar o efeito de contraceptivos, mas nunca o contrário. Quando é o caso, a informação está expressa na bula do medicamento e o médico ressalta para o paciente. 

Como recuperar o organismo depois do antibiótico

Como os antibióticos são processados pelo fígado, é recomendado que, durante o período de tratamento, não haja o consumo de álcool. Além disso, como forma de auxiliar a recuperação da flora intestinal, se recomenda a ingestão de probióticos logo depois do tratamento.

Erros mais comuns ao usar antibióticos

É comum que os antibióticos sejam, de maneira errada, igualados a outros tipos de medicamentos. Confira a seguir os erros mais comuns que comprometem a eficácia do tratamento com antibióticos.

Abandonar o tratamento antes do final

Quando há a interrupção do tratamento, sobram bactérias que se reproduzem e dão origem a uma nova infecção, desta vez com uma grande probablidade de serem resistentes ao antibiótico. 

Não tomar o remédio no horário certo

Se o antibiótico é tomado em horários diferentes, isso dá o tempo necessário para que as bactéria se multipliquem, o que dificulta a ação do medicamento.

Não ingerir a dose recomendada

Ao ingerir uma dose abaixo da recomendada, você “acostuma” as bactérias à ação do antibiótico, o que as torna resistentes. A dose acima pode comprometer bactérias funcionais que estão presentes no seu organismo de forma natural.

álcool e antibióticos

Uso do álcool durante o tratamento

Tanto os antibióticos, como o álcool são processados pelo fígado. Por isso, não se recomenda a ingestão de álcool durante o tratamento com antibiótico, já que isso pode sobrecarregar o fígado e causar problemas.

Usar um antibiótico que sobrou do tratamento anterior

Cada antibiótico é eficiente contra um grupo específico de bactérias. Portanto, é difícil que um antibiótico usado em um tratamento anterior faça efeito em uma nova infecção, até pois as bactérias que sobraram estão imunes à ação desse medicamento.

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