Resumo e análise psicológica de O Lado Bom da Vida

Se você é fã de livros e do universo cinéfilo, com certeza conhece, ou pelo menos ouviu falar da obra que é tema do texto de hoje. Escrito por Matthew Quick, o livro é bem famoso e também foi adaptado para as telonas, estrelando dois ótimos atores: Jennifer Lawrence e Bradley Cooper. Então, apresentamos a você nossa Análise Psicológica de O Lado Bom da Vida.

A trama aborda temas muito importantes relacionados à saúde mental. Além disso, é um prato cheio para a discussão a respeito de transtornos mentais, luto e traumas. 

Então, se você quer saber o que a Psicologia diz sobre essa história, leia este texto até o fim e nos conte o que achou! Afinal, também vamos nos embasar nos manuais usados por psicólogos para diagnósticos.

Boa leitura!

Para relembrar: resumo de O Lado Bom da Vida

Como o lançamento do livro e do filme ocorreu há muito tempo, vamos fazer uma breve retomada para que você se lembre das partes mais importantes do enredo. 

A história gira em torno de Pat Jr., um homem na faixa dos 30 que descobre a traição de sua esposa. Isso faz com que ele tenha um surto e acabe sendo internado em uma clínica psiquiátrica. 

Lá ele enfrenta as dificuldades em lidar com suas emoções, sentimentos e o trauma de ter visto sua esposa o traindo. Além disso, outras questões relacionadas à sua família vem à tona, como o comportamento excêntrico do pai (vamos falar disso mais tarde).

Porém, no filme, depois de oito meses, a mãe de Pat, Dolores, decide tirá-lo da clínica, mesmo com o tratamento inacabado, e o leva para casa. Assim, o protagonista que agora mora com os pais, tenta colocar sua vida de volta nos eixos e reconquistar seu trabalho, casa e esposa.

E, em meio a essa tentativa de lidar com suas questões e ser de novo independente, Pat conhece Tiffany, uma viúva que também lida com questões complicadas, mas que acaba o ajudando na jornada de recuperação. E aí que entra nossa análise psicológica de O lado bom da vida.

Análise psicológica de o Lado Bom da Vida 

No filme, baseado no livro, nós podemos ver que cada personagem está lutando para ver o lado bom da vida, apesar das dificuldades. 

Pat tenta lidar com seu diagnóstico e com a dificuldade de reconquistar sua vida, enquanto Tiffany tenta lidar com o luto e com os traumas. Também temos Ronnie, que vive em um casamento complicado no qual sua esposa o controla, mas ainda assim se esforça para ter uma vida plena. 

Além disso, também vemos a posição difícil de Dolores, que tenta sempre manter a família unida, mesmo em meio ao caos. Ela insiste nos jantares em família no fim do dia e tenta equilibrar o comportamento difícil do marido e a situação de Pat.

Assim, podemos ver diversas histórias e situações que se cruzam, mostrando que todos, sem exceção, estão enfrentando algo na vida. E claro, podemos ver que todos estão fazendo o possível para que ela seja agradável, dentro das possibilidades e realidades individuais. 

A bipolaridade de Pat

Pat tem o diagnóstico de Transtorno Bipolar. É claro que, por ser um filme, não é 100% fiel à realidade. Contudo, em muitas ações do personagem, podemos encontrar sim traços correspondentes à bipolaridade. 

Segundo o DSM – 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), para que o paciente receba o diagnóstico de Transtorno Bipolar Tipo I é necessário que ele tenha tido pelo menos um episódio maníaco, sendo esse episódio composto de:

• Humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável
• Aumento de energia
• Autoestima elevada
• Redução da necessidade de sono
• Fala acelerada, contínua e sem filtros
• Pensamento acelerado e desconexo
• Aumento de atividade dirigida a objetivos 
• Agitação psicomotora 
• Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas
• Perturbação do humor grave e prejudicial.

Quando Pat mostra a Bipolaridade:

Podemos ver que Pat já apresentou muitas características desse quadro maníaco. Um deles é o pensamento acelerado e desconexo que acontece na primeira cena de O lado bom da vida, na qual ele reflete sobre os domingos.

Também podemos ver, em muitos momentos a fala acelerada, sendo essa até mesmo uma marca registrada do personagem.

Como quando ele está no carro voltando da clínica com sua mãe ou quando tenta provar para a professora da escola que ele está bem. E até mesmo quando está conversando com Ronnie e fala algumas coisas sem filtro algum.

Além disso, também podemos ver o aumento excessivo da atividade dirigida ao objetivo de reconquistar a esposa e o emprego, a irritabilidade presente em muitos momentos, como quando ele fica extremamente estressado ao ouvir a música do seu casamento, e até mesmo o ataque ao amante de sua ex-esposa.

O filme também mostra que o transtorno bipolar vai muito além de oscilar entre estar muito feliz ou muito triste. Esse transtorno é muito mais grave que apenas mudanças de humor, podendo envolver, até mesmo, características psicóticas em alguns casos. 

A depressão e o luto de Tiffany

Tiffany está passando pelo processo de luto, após a perda do marido. Porém, observamos que ela não está lidando bem com essa fase, já que sente culpa, remorsos e dores emocionais. Assim, como não lidou com tudo isso da forma certa, ela desenvolveu uma compulsão sexual.

Ela até mesmo conta que foi demitida por se relacionar com todas as pessoas no escritório. Além disso, ela mostra que, antes mesmo de perder o marido, já apresentava um quadro depressivo. Então, é provável que isso tenha sido potencializado pelo luto. 

O vício e TOC do Sr.Pat

O vício do Sr.Pat é algo que o filme deixa bem explícito. Isso porque ele está sempre apostando em jogos de futebol americano e já entrou em grandes problemas por isso. Ele até mesmo tem uma série de rituais que acredita serem essenciais para que seu time ganhe, como um lenço da sorte e até mesmo a presença de Pat Jr. .

E essa série de “manias” é o que nos leva ao segundo ponto. Em diversos momentos o Sr. Pat também apresenta um quadro muito parecido com o de pessoas que têm Transtorno Obsessivo Compulsivo. Um exemplo é a sua necessidade de ter sempre os controles da TV alinhados.

Além disso, em diversos momentos, podemos observar certa desregulação emocional do Sr.Pat. Isso ocorre, por exemplo, quando o filho sai do estádio de futebol antes da partida acabar, de modo que ele fica excessivamente irritado e começa a gritar e a brigar com Pat, culpando-o pela derrota do time. 

A importância do tratamento adequado e da rede de apoio

Por fim, nessa história, podemos ver como é importante que se tenha o tratamento adequado para lidar com as diversas situações que nos afligem, seja algum transtorno, vício, luto ou dificuldade para processar e lidar bem com as emoções e sentimentos. 

Os psiquiatras e psicólogos estão aqui justamente para aliviar e tratar essas dores, seja com técnicas da psicologia, medicamentos ou a junção das duas opções, de forma a potencializar o tratamento. 

A cena inicial do filme em que Pat finge tomar os medicamentos é algo que nunca deve ser feito. Isso porque, diferente do que muitos pensam, os remédios não deixam o paciente “maluco” e dependente. Na verdade, eles ajudam o organismo a colocar em ordem as substâncias necessárias para que o corpo e a mente estejam em plenitude. Além de também ajudar a diminuir sintomas que o prejudicam no dia a dia.

Outra lição que tiramos nesse análise psicológica de O lado bom da vida é a rede de apoio. A verdade é que nós precisamos uns dos outros e ter boas pessoas ao nosso redor é necessário para que enfrentemos nossas dificuldades, mas também para que haja diversão e amor na nossa vida. 

Por isso, é essencial construir uma rede de pessoas que podem ajudar você e que você possa ajudar também, como Pat e Tiffany. E, nessa lista, podem-se incluir parentes, profissionais da saúde, amigos e outros!

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Equipe Eurekka

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