AINEs ou Anti-inflamatórios não esteroides: quais são?

Esthéfani Luttnin Soares

Ao ler a sigla AINEs, o assunto pode parecer complicado, mas a verdade é que esse tipo de medicamento é bem comum e, com certeza, você já viu muitos deles no seu dia a dia. Porém, por ser mais conhecido por outros nomes, acontece certa confusão na hora de identificar, comprar e fazer uso desse tipo de anti-inflamatório.

Então, para a ajudar você nisso, nós preparamos esse guia completo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Desde o que é AINEs, como funciona o mecanismo de ação do seu corpo, exemplos desse tipo de remédio, como ele age no organismo e as contraindicações.

Vamos lá?

O que significa AINEs?

AINEs significa Anti-Inflamatórios não esteroides, que são medicamentos analgésicos comuns usados para tratar dores geradas por inflamações. E o termo “não esteroides” significa que, dentro da classe geral dos anti-inflamatórios, esse tipo não tem esteroides hormonais em sua composição.

A inflamação é uma resposta do seu corpo quando há uma infecção ou lesão, a fim de tentar combater esse problemas. Sendo que dois sintomas da inflamação são: dores e calor local. E são nesses sintomas que o AINEs irá agir, ou seja, ele é mais usado para tratar o sintomas da inflamação e não a causa.

Para que servem os Anti-inflamatórios não esteroides?

Muito utilizados para problemas osteoarticulares e em artrites, as principais ações são: antipirética (redução da febre), analgésica (redução da dor) e, claro, anti-inflamatória. Contudo, também pode ter ação antitrombótica reduzindo a formação de coágulos sanguíneos e assim, impedindo tromboses.

Todas essas formas de atuação buscam manter o controle do corpo em situações de dor, febre e inflamação. Assim, o medicamento age no organismo inibindo uma enzima (COX), o que gera uma sequência de inibições, como veremos no próximo tópico.

Mecanismo de ação: cascata do ácido araquidônico 

O mecanismo de ação conhecido como cascata do ácido araquidônico começa na lesão, já que o corpo libera uma outra enzima, chamada fosfolipase A2

Essa, por sua vez, acaba formando o ácido araquidônico que compõe a membrana celular. Através da sua oxidação, a enzima ciclo-oxigenase, conhecida como COX, é ativada. Dessa maneira, os mediadores inflamatórios (eicosanoides) são formados, como, por exemplo, as prostaglandinas e o tromboxano.

Ou seja, quando o corpo detecta que há perigo, ele libera sinais químicos para que possamos perceber o problema. E, como dito anteriormente, uma dessas respostas é a inflamação, onde o AINEs atua. E é dessa forma que o mecanismo de ação e o AINEs se relacionam!

homem tomando medicamento AINEs

Como os AINEs atuam no organismo?

Vamos retomar então: a atuação dos AINEs se dá através da inibição da enzima COX (ciclo-oxigenase). Ao inibir a COX, será inibida também a ação das Prostaglandinas e do Tromboxano, que são os mediadores inflamatórios (eicosanoides). 

Porém, essa atuação não é tão simples, já que há mais de uma Prostaglandina. Assim, cada uma delas vai gerar uma ação diferente, como aumento ou diminuição do fluxo sanguíneo, rubor, calor, dor, formação ou não de trombos, entre outras respostas fisiológicas.

E o que isso quer dizer? Quer dizer que precisamos de AINEs com ações distintas para cada situação. Existem algumas variações de tais inibições, que podem ser reversíveis, irreversíveis, seletivas e não seletivas.

Esses medicamentos, portanto, irão inibir um ou mais de um dos 3 subtipos da COX.

COX 1

A COX-1 é uma enzima constitutiva, ou seja, ela está sempre presente no organismo. É ela que modula as funções gastrointestinais, renais e também a homeostase vascular. Então, por que seria necessário inibir essa enzima? Pelo fato de que, ao inibi-la, reduzimos um agente trombótico, por exemplo.

COX 2

A COX-2 é também uma enzima constitutiva, porém em menor quantidade. Sendo principalmente induzida pelo organismo, é importante na manutenção das funções fisiológicas cardiovasculares e renovasculares.

Ao inibirmos essa enzima, conseguimos efeitos anti-inflamatórios sem grandes alterações gastrointestinais.

COX 3

A COX-3 é uma variante da COX-1, e está presente no Sistema Nervoso Central. Ela foi descoberta recentemente e ao ser inibida tem ação na febre e na dor.

Qual a diferença entre AIEs e AINEs?

Apesar de terem a mesma finalidade anti-inflamatória, a principal diferença entre essas classes medicamentosas é o mecanismo de ação.

Essa questão fica clara ao evidenciar que o AINE inibe a enzima COX. Enquanto o AIE (Anti-inflamatório esteroide) induz um gene que inativa a fosfolipase A2. Lembra que falamos dela lá no princípio dos mecanismos de defesa? Logo, ambas vão inibir os mediadores químicos, apenas de uma forma distinta. 

Ademais, a outra diferença entre AINEs e AIEs é que, como o nome de ambos aponta, em um não há componente esteroide (AINE) e no outro há esse componente (AIE).

Quais são os AINEs mais utilizados? 

Aqui vão alguns exemplos dos AINEs mais usados:

  • Aspirina;
  • Paracetamol;
  • Ibuprofeno;
  • Diclofenaco (Voltaren);
  • Nimesulida;
  • Meloxicam (Movatec);
  • Dipirona.

Mas não se esqueça! Antes de utilizar qualquer tipo de remédio, converse com um médico especialista para tirar suas dúvidas. E caso queira marcar uma consulta online com um de nossos profissionais, clique no banner abaixo!

banner eurekka med consulta online

Cuidados e advertências

Embora sejam medicamentos comuns no nosso cotidiano, devemos ter muito cuidado e evitar a automedicação. Uma vez que podem ocorrer diversas interações medicamentosas e vários efeitos colaterais, cada um relativo à ação específica do AINE escolhido.

Além disso, estudos indicam que há risco de dano no fígado causado pelo uso prolongado em idosos. 

Alguns efeitos colaterais que devem ser observados são:

  • Agravamento da hipertensão;
  • Piora da insuficiência cardíaca;
  • Agravamento da função renal;
  • Síndrome nefrótica;
  • Aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Todos podem usar os remédios AINEs?

Devido a tantos riscos, alguns grupos de pacientes devem estar atentos à essa classe de medicamentos. Por exemplo, aqueles que têm úlcera péptica ativa (úlcera ou ferida no estômago) devem evitar o AINE, já que há efeitos adversos gastrointestinais que podem piorar essa doença. 

Pacientes com insuficiência renal ou hepática também devem ser cuidadosos com esse medicamento. Além disso, ainda não são recomendados na gravidez.

Ademais, outras pessoas que devem tomar cuidado são aquelas que consomem cerca de 3 doses de álcool por dia, ou mais. E também aqueles pacientes medicados com varfarina.

Por fim, se ainda restou alguma dúvida sobre esse tipo de anti-inflamatório, não deixe de consultar um médico experiente para ajudar você de modo específico. E, se você quer receber essa ajuda sem precisar sair de casa, você pode marcar uma consulta online com um de nossos especialistas.

Eles irão atender você de modo humanizado e atencioso, prontos para esclarecer todas as dúvidas e fornecer uma receita exclusiva para o seu caso! Para marcar uma consulta, basta clicar no botão abaixo.

Este artigo te ajudou?

0 / 3 2.89

Esthéfani Luttnin Soares

7 replies on “AINEs ou Anti-inflamatórios não esteroides: quais são?”

Por gentileza, sou alérgica à AINES, e um médico me prescreveu Prednisolona para uma inflamação. Estou com receio de tomar, poderia me dizer se há algum perigo de alergia? Agradeço de coração…

Ei Sérgio! É um prazer tê-lo por aqui! Ficamos muito felizes em saber que nosso blog está chegando a todos os cantos do país!

Se você gostou desse texto, tem muito mais no nosso blog (https://blog.eurekka.me/blog/) para você aprender! Que tal dar uma olhadinha por lá e indicar para os seus colegas esses conteúdos também?!

Um abraço!

– Gi da Equipe Eurekka.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *